São Paulo, sexta-feira, 08 de setembro de 2006

Próximo Texto | Índice

Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

Sr. Ausente

As campanhas de Lula e de diversos candidatos que lideram a disputa em seus Estados, muitos dos quais inclinados, como o presidente, a não comparecer ao debate da Rede Globo, estão de cabelo em pé com uma das regras em discussão. Segundo negociadores dos partidos, a emissora sugere que os faltosos, além de contemplados com a famosa cadeira vazia, possam ser alvo de perguntas dos adversários. Em um dos formatos em exame, os candidatos presentes no estúdio teriam direito inclusive a apresentar réplica às "não-respostas" do ausente. Os debates da Globo ocorrerão às vésperas do primeiro turno -o dos governadores, dois dias antes do programa dos presidenciáveis.

Trocando as bolas. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) saiu tão apressada do desfile de 7 de Setembro que acabou entrando no carro oficial errado. Só quando já havia fechado a porta deu-se conta de que o veículo era o da colega Marina Silva (Meio Ambiente). Pediu desculpas e saiu, envergonhada.

Poderio. Na reunião de quarta-feira com Lula, o PMDB governista levou um mapa com as previsões eleitorais do partido. Os presentes pintaram um cenário em que a sigla faria oito governadores, de 88 a 95 deputados e 7 senadores (o que levará a bancada a cair de 25 para 23).

De olho. O Planalto acompanha com atenção o litígio entre os tucanos Tasso Jereissati e Lúcio Alcântara. Na reunião com os peemedebistas, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) perguntou se o governador cearense não poderia aportar no PMDB. A resposta ficou no ar.

Eu, não. Orestes Quércia avisa que não comparecerá ao encontro de Lula com lideranças do PMDB na próxima semana em São Paulo. O candidato ao governo, que direciona sua propaganda contra o PSDB, diz não apoiar ninguém na disputa presidencial.

Linha dura. A Justiça Eleitoral do Paraná proibiu o governador Roberto Requião (PMDB), candidato à reeleição, de distribuir bandeiras nacionais na cerimônia local pelo 7 de Setembro.

Quem? Depois de visitar uma favela ontem no Rio, Geraldo Alckmin gravava cena para seu programa de TV quando foi abordado pelos ocupantes de um carro. O tucano já ia acenar, mas o motorista disparou: "Por favor, o senhor sabe como eu faço para pegar a avenida Brasil?".

Topa tudo. Segundo colocado no Paraná, Osmar Dias (PDT) já desfilou com o correligionário Cristovam Buarque, Alckmin e Lula. Dos principais presidenciáveis, só falta Heloísa Helena (PSOL).

Serviços gerais. A campanha à reeleição de Luiz Henrique (PMDB-SC) festeja a tática de usar o prefeito de Florianópolis, Dário Berger, como sparring na disputa com Esperidião Amin. Desde que se licenciou do cargo, o tucano é o responsável por bater boca com o candidato do PP.

Chumbo. Relator do processo de Ney Suassuna (PMDB-PB), Jefferson Péres (PDT-AM) confidenciou a colegas que considera fortes as evidências contra o senador.

Febeapá 1. Aguarda sanção ou veto de Gilberto Kassab (PFL) projeto aprovado pela Câmara paulistana, de autoria de Agnaldo Timóteo (PP), que dedica o dia 6 de agosto "à lembrança de velhos Carnavais e das vitórias do Brasil em Copas do Mundo".

Febeapá 2. Recém-vetado pelo prefeito, outro projeto, de Antonio Carlos Rodrigues (PL), proibia os munícipes de subirem em vasos sanitários. Em todos os banheiros públicos da cidade deveria ser afixada uma placa explicando: "Este vaso sanitário, por ser confeccionado em louça, não suporta peso concentrado".

Tiroteio

"Quero me solidarizar com o Fernando Henrique pelo que o PSDB tem feito com ele. Só querem que o ex-presidente fique em Nova York fazendo palestras. Levem-no para o palanque!"
Do governador do Acre, JORGE VIANA (PT), ironizando o fato de a campanha tucana evitar associação entre Geraldo Alckmin e FHC.

Contraponto

Numa fria

Os deputados do PSOL Chico Alencar (RJ), Orlando Fantazzini (SP) e Ivan Valente (SP) conversavam sobre a campanha eleitoral no plenário da Câmara. Animado, Alencar comentava o desempenho da nova sigla no Rio.
-A receptividade em São Paulo também é boa. O problema é o tempo mínimo de TV-, lamentou Fantazzini.
-Somos um dos poucos partidos com campanha de rua, mas nosso inimigo é a frente...- completou Valente.
-Frente de esquerda?- interrompeu Alencar.
-Não! A frente fria! O povo passa nas ruas geladas com as mãos enfiadas no bolso da calça ou do casaco. Precisa ter muita coragem para tirar e pegar nossos panfletos.


Próximo Texto: Igreja usa Grito dos Excluídos para pregar contra corrupção
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.