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ELEIÇÕES 2006 / SÃO PAULO
Estagnado, Mercadante muda na TV sob pressão
Isolamento no partido contribui para petista buscar apoio de Marta e evitar críticas a Serra
Candidato deve exibir mensagem de apoio que
ex-prefeita de São Paulo gravou há cerca de 15 dias, mas que estava engavetada
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A estagnação do candidato ao
governo de São Paulo Aloizio
Mercadante (PT) na pesquisa
Datafolha agravou ainda mais o
isolamento do petista e deve
obrigá-lo a aceitar duas alterações em sua campanha contra
as quais relutava: abandonar as
críticas diretas ao tucano José
Serra e dar espaço à ex-prefeita
petista Marta Suplicy.
O isolamento de Mercadante
tem sua gênese na prévia do
partido contra Marta. Sem conseguir unir o partido após a disputa, o petista preferiu um núcleo de trabalho com as pessoas
que o apoiaram na prévia. O núcleo agora sofre baixas, como
Vanderlei Siraque, Simão Pedro e Paulo Teixeira. Eles passaram a se dedicar exclusivamente às suas campanhas ao
Legislativo. Participam das
agendas de Mercadante só
quando este vai ao reduto deles.
Na próxima semana, a direção do PT da capital vai realizar
uma plenária com os candidatos a deputado para reforçar o
discurso da necessidade de
apoiar Mercadante, já que seu
fracasso pode provocar a redução do partido na Assembléia
Legislativa e na Câmara.
Na reunião, os dirigentes deverão ouvir uma série de exigências: melhorar o discurso
(ser mais simples e com menos
número), rifar a renúncia de
Serra das críticas (apresentar
mais seu currículo) e colocar
Marta de vez na campanha.
De acordo com petistas ouvidos pela Folha, que pediram
anonimato, a ex-prefeita gravou mensagem de apoio ao
candidato há cerca de 15 dias,
mas as gravações foram engavetadas. Esses petistas dizem
acreditar que o senador queria
dar o mérito de ir ao segundo
turno apenas a Lula. Agora, deve aceitar Marta na TV e rádio.
Anteontem à noite, Marta
apareceu pela primeira vez na
propaganda de Mercadante na
TV, em imagem nas ruas.
Apoiadores do petista disseram que foi uma decisão dele a
insistência aos ataques a Serra.
"Ele dizia: temos que destruir",
disse um petista. Sem o efeito
esperado, Mercadante estaria
disposto a aceitar trocar o tom.
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