São Paulo, sexta-feira, 08 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / SÃO PAULO

Estagnado, Mercadante muda na TV sob pressão

Isolamento no partido contribui para petista buscar apoio de Marta e evitar críticas a Serra

Candidato deve exibir mensagem de apoio que ex-prefeita de São Paulo gravou há cerca de 15 dias, mas que estava engavetada


ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A estagnação do candidato ao governo de São Paulo Aloizio Mercadante (PT) na pesquisa Datafolha agravou ainda mais o isolamento do petista e deve obrigá-lo a aceitar duas alterações em sua campanha contra as quais relutava: abandonar as críticas diretas ao tucano José Serra e dar espaço à ex-prefeita petista Marta Suplicy.
O isolamento de Mercadante tem sua gênese na prévia do partido contra Marta. Sem conseguir unir o partido após a disputa, o petista preferiu um núcleo de trabalho com as pessoas que o apoiaram na prévia. O núcleo agora sofre baixas, como Vanderlei Siraque, Simão Pedro e Paulo Teixeira. Eles passaram a se dedicar exclusivamente às suas campanhas ao Legislativo. Participam das agendas de Mercadante só quando este vai ao reduto deles.
Na próxima semana, a direção do PT da capital vai realizar uma plenária com os candidatos a deputado para reforçar o discurso da necessidade de apoiar Mercadante, já que seu fracasso pode provocar a redução do partido na Assembléia Legislativa e na Câmara.
Na reunião, os dirigentes deverão ouvir uma série de exigências: melhorar o discurso (ser mais simples e com menos número), rifar a renúncia de Serra das críticas (apresentar mais seu currículo) e colocar Marta de vez na campanha.
De acordo com petistas ouvidos pela Folha, que pediram anonimato, a ex-prefeita gravou mensagem de apoio ao candidato há cerca de 15 dias, mas as gravações foram engavetadas. Esses petistas dizem acreditar que o senador queria dar o mérito de ir ao segundo turno apenas a Lula. Agora, deve aceitar Marta na TV e rádio.
Anteontem à noite, Marta apareceu pela primeira vez na propaganda de Mercadante na TV, em imagem nas ruas.
Apoiadores do petista disseram que foi uma decisão dele a insistência aos ataques a Serra. "Ele dizia: temos que destruir", disse um petista. Sem o efeito esperado, Mercadante estaria disposto a aceitar trocar o tom.


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