São Paulo, segunda-feira, 08 de setembro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Fora da foto

A dificuldade de Geraldo Alckmin não se expressa apenas nos números do mais recente Datafolha, no qual o tucano, estagnado, aparece em situação de empate com um Gilberto Kassab em lenta porém contínua ascensão. Pesquisas qualitativas à disposição de diferentes campanhas indicam que tanto o prefeito do DEM quanto Marta Suplicy estão obtendo sucesso na estratégia de se elegerem mutuamente como adversários. Mais e mais, o debate produzido nos grupos de discussão contrapõe qualidades e defeitos da atual administração e da anterior. Ou seja, o sucessor de José Serra e a candidata do PT. É uma narrativa que deixa Alckmin em algum lugar do passado.

Prévia. Se Kassab for ao segundo turno, Serra terá obrigatoriamente de se jogar na campanha. Como é provável que Lula faça o mesmo com Marta, há quem enxergue esse eventual embate como uma medição de forças para 2010.

Maionese. O mais recente motivo de atrito entre alckmistas e kassabistas é o jantar de arrecadação que o PSDB promove na quarta-feira. Os primeiros vendem o evento como "a entrada do Serra na campanha". Os segundos fazem tudo para esvaziá-lo.

Ajuda externa. Vice de Alckmin, Campos Machado (PTB) planeja uma "corrente caipira" para turbinar o tucano. Quer estimular militantes do interior a pressionarem amigos e familiares que votam na capital e fazer propaganda do candidato em estâncias freqüentadas por paulistanos no fim de semana.

Bombando. Com base nos dados declarados anteontem ao TSE, o PT avalia que suas campanhas mais competitivas dobraram o volume de recursos arrecadados em relação à primeira parcial.

Meu garoto. Antes discreto no apoio a Márcio Lacerda (PSB), Lula se entusiasmou em visita a Belo Horizonte. Para o presidente, a propaganda de TV do candidato de Aécio Neves e Fernando Pimentel, que saiu do patamar de um dígito para a perspectiva de vencer no primeiro turno, deveria ser copiada por aliados em outras praças.

Veja lá. O PMDB tenta manter Jaques Wagner (PT) longe do palanque do correligionário Walter Pinheiro na base da ameaça velada. Lembra que o governador, com maioria frágil na Assembléia, não pode perder o apoio dos nove peemedebistas.

Pauta. Quando sugeriu ao Planalto a realização de um encontro entre Lula e dirigentes tucanos, Tião Viana (PT-AC) não disse uma palavra sobre grampos. Falou apenas de temas gerais, e os interlocutores entenderam que o pano de fundo de tal iniciativa era a candidatura do petista à presidência do Senado.

Gancho. No governo, o debate sobre a concessão dos aeroportos inclui o argumento de que é preciso melhorar substancialmente a infra-estrutura para a Copa de 2014.

Como está fica 1. Aécio Neves aproveitou carona com Lula, na semana passada, para pedir ao presidente que não seja levada adiante a idéia da Anac de redirecionar vôos domésticos hoje destinados a Confins, mais distante, para o aeroporto da Pampulha.

Como está fica 2. O governador alega que conseguiu atrair rotas internacionais para Confins, mas que sem fluxo doméstico o aeroporto se torna inviável. Lula prometeu conversar com o ministro Nelson Jobim (Defesa).

Nos dois lados 1. O Ministério Público do Estado de Minas Gerais pediu ao Conselho Nacional do Ministério Público a abertura de processo contra o procurador da República Raimundo Cândido Júnior, acusado de atuar como advogado em ações contra o MP. Cândido Júnior é o presidente da OAB de Minas.

Nos dois lados 2. Defensor de Cândido Júnior, o ex-ministro Sepúlveda Pertence diz que o procurador pode advogar contra o MP, e critica os excessos do Conselho. Cinco conselheiros pediram vista, suspendendo o julgamento.


com VERA MAGALHAES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Tucano que acha que os candidatos a prefeito não devem criticar o governo Lula é adepto da geléia geral. A oposição não pode ser frouxa."
Do líder do PSDB na Câmara, JOSÉ ANÍBAL, em resposta aos correligionários que rejeitaram a idéia de utilizar parte do tempo da propaganda eleitoral para falar da crise dos grampos.

Contraponto

Tô fora

Secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo é alvo permanente de provocações dos colegas em razão de seu namoro com Manuela D'Ávila (PC do B), que enfrenta a petista Maria do Rosário em Porto Alegre. Fingindo-se de sério, o deputado Maurício Rands propôs:
-Vamos dar uma autorização especial para que o Zé Eduardo faça a campanha da Rosário de dia e a da Manuela à noite!
Constrangido pelo inusitado arranjo amoroso-partidário, o dirigente tratou de se esquivar:
-Pois eu acho melhor ficar bem longe dessa disputa...


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