São Paulo, segunda-feira, 08 de setembro de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Aliados pressionam Alckmin a criticar gestão Kassab na TV

Tucano chegou a atacar áreas como saúde e transporte, mas abrandou o tom

Ex-governador elevou o tom contra colegas do PSDB que apóiam prefeito e disse que "eles não têm compromisso com o povo ou o partido"

Luciano Amarante/Folha Imagem
Serra e Kassab durante desfile de Sete de Setembro, no Anhembi

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
FERNANDO BARROS DE MELLO
LILIAN CHRISTOFOLETTI

DA REPORTAGEM LOCAL

Após a mais recente pesquisa Datafolha, que apontou os candidatos Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM) empatados tecnicamente em segundo lugar, o tucano passou a ser pressionado por correligionários para voltar a criticar a gestão do democrata na Prefeitura de São Paulo.
Alckmin chegou a fazer críticas, especialmente à áreas da saúde, nos programas eleitorais de TV e de rádio, mas abrandou o tom nos últimos dias.
Pela última pesquisa, Alckmin tem 22% das intenções de voto e Kassab, 18%. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Marta Suplicy (PT) lidera a disputa com 40%.
Cresceu a ala da campanha do PSDB que defende mudança no programa de TV. Estão entre os defensores os deputados federais Edson Aparecido, Silvio Torres e Julio Semeghini. Alckmin reluta, assim como o marqueteiro Lucas Pacheco, que comanda a campanha.

Verdadeiro PSDB
Também cresceu a pressão para que o programa apresente a campanha de Alckmin como a do "verdadeiro PSDB", numa tentativa de contrapor o apoio de tucanos a Kassab. Ontem, após um dia de agendas na zona leste, Alckmin subiu o tom contra colegas de partido que apóiam o atual prefeito.
"Em relação aos candidatos do PSDB que apóiam o DEM, eu lamento muito", afirmou Alckmin. "Acho que essas pessoas não têm compromisso nem com o povo nem com o partido. Têm compromisso com os cargos e com o governo. O PSDB que eu defendo é outro", completou.
O ex-governador foi questionado sobre os atuais vereadores tucanos e secretários municipais como Walter Feldman (Esporte), que têm participado de eventos ao lado de Kassab.
"Não tem lógica esse tipo de manifestação, mas é compreensível no calor dessa batalha. O mais importante é reconstruir a aliança no futuro", disse Feldman.

Kassab
O prefeito afirmou ontem que tem certeza de que o governador José Serra (PSDB) está alegre com o índice de aprovação de seu governo de "quase 80%". Ao fazer as contas, Kassab soma o índice de 45% dos eleitores ouvidos pelo Datafolha que consideram sua gestão ótima ou boa com os 30% que a classificaram de regular.
"O governador está em uma situação muito peculiar. O partido dele tem um candidato. Mas, por outro lado, esta gestão também é dele", disse.
Tanto na avaliação de alckmistas como na de kassabistas a disputa agora é pelo voto da classe média, principalmente no eleitorado anti-PT. Para isso, a estratégia será mostrar a esse grupo quem tem mais chances de derrotar Marta Suplicy, isolada na liderança das pesquisas, no segundo turno.
A aposta da campanha de Kassab é elevar a aprovação do prefeito até 50% de ótimo ou bom. Simultaneamente, Kassab vai repetir nas próximas semanas que conseguirá vencer Marta no segundo turno, discurso repetido por Alckmin.
Os alckmistas contam ainda com o apoio de Serra, que participará de um jantar com o candidato tucano na próxima quarta-feira, para "provar" que só o ex-governador tem o tamanho eleitoral necessário para vencer Marta.


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