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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/HORA DAS CASSAÇÕES
De seis deputados ameaçados de cassação, apenas um admite abrir mão do mandato antes do início do processo no Conselho de Ética
Petistas descartam renúncia em bloco
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
Seis deputados federais do PT
ameaçados de cassação por envolvimento no "mensalão" descartaram ontem a possibilidade
de uma renúncia em bloco, mas
alguns deles estudam abrir mão
do mandato para manterem os
direitos políticos e poderem concorrer no próximo ano.
No total, sete parlamentares petistas podem perder o mandato
-seis cujo processo ainda não foi
aberto no Conselho de Ética e José
Dirceu (SP), este com processo
em andamento. Dos seis que ainda podem renunciar, apenas um
tem sinalizado, nos bastidores,
que deve tomar a iniciativa antes
do provável início do processo no
Conselho de Ética, previsto para a
próxima semana. É o ex-líder do
PT na Câmara Paulo Rocha.
Na outra ponta, o Professor Luizinho (SP), que foi líder do governo, tem avisado aos companheiros de processo que não vai renunciar, nem que seja cassado e
fique inelegível por dez anos.
Os demais dizem que tendem a
não renunciar, mas, reservadamente, indicam que ainda não tomaram uma decisão e que podem
optar por esse caminho, o que teria de ocorrer na próxima semana, quando o Conselho de Ética
deve receber seus processos.
Rocha e Luizinho jantaram na
última quinta com os também envolvidos petistas João Paulo Cunha (SP), ex-presidente da Câmara, e José Mentor (SP), ex-relator
da CPI do Banestado. Ninguém
fechou a favor da renúncia nem
admite que tenha havido pressão
-seja do Planalto, seja do PT.
Ontem, após a reunião da bancada petista com Lula, Luizinho,
Rocha e Mentor voltaram a se encontrar, em um restaurante.
Mentor recebeu o telefonema
de uma filha na hora do almoço,
dizendo que lera na imprensa sobre a hipótese da renúncia. Ele
respondeu a ela que não pretendia fazer isso. Depois, disse à Folha: "Não cogito, não fui convidado a renunciar, não ouvi proposta
nenhuma do PT nesse sentido".
Sobre a reunião com Lula, João
Paulo disse: "Diziam que o presidente iria nos pressionar, mas ele
fez o contrário, conclamou a bancada a ser solidária conosco".
Os petistas têm dois temores.
Um é que José Dirceu seja cassado
daqui a dez dias "abrindo a porteira" das cassações. O outro é que
os envolvidos de outros partidos
renunciem e eles fiquem isolados.
Nesse caso, acham que o Conselho poderá ser compelido a cassá-los para dar uma resposta à opinião pública e evitar a crítica de
que houve "pizza".
Dos demais deputados de outros partidos ameaçados de cassação, só José Borba (PMDB-PR) e
José Janene (PP-PR) cogitam a
possibilidade de renunciar.
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