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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Lula e Alckmin fazem 1º confronto na TV
Debate na Band reúne hoje na televisão os dois presidenciáveis pela primeira vez nesta eleição; perguntas serão com tema livre
Tucano planeja falar de escândalos do governo e mostrar números; petista deve citar suspeitas contra gestão do adversário em SP
MICHELE OLIVEIRA
DA REDAÇÃO
O segundo turno na TV começa hoje, oficialmente, com o
primeiro debate entre Luiz
Inácio Lula da Silva e Geraldo
Alckmin. Os presidenciáveis se
enfrentarão na televisão, pela
primeira vez nesta eleição, a
partir das 20h30, na Band.
Após um primeiro turno em
que Lula não compareceu aos
três debates, o evento de hoje
será a primeira oportunidade
de o eleitor ver o tucano e o petista perguntando -e respondendo- um para o outro.
Assim será durante os cinco
blocos desta noite, nos quais
um candidato poderá questionar o outro sem temas definidos pela emissora. Os assuntos
tratados serão da livre escolha
dos dois presidenciáveis.
A primeira pergunta será feita pelo tucano, seguindo o sorteio realizado na última sexta.
Depois, ainda no primeiro bloco, será a vez de Lula. Antes, os
dois respondem a uma mesma
questão feita pelo mediador, o
jornalista Ricardo Boechat.
Os dois blocos seguintes serão dedicados inteiramente ao
enfrentamento direto entre os
candidatos, que poderão fazer
cinco perguntas ao outro cada
um. Lula será o primeiro a perguntar nos dois blocos.
No quarto bloco, quatro jornalistas da emissora dirigem
questões ao tucano e ao petista.
O candidato que não foi questionado terá direito a fazer um
comentário, que poderá ser treplicado pelo primeiro.
Por fim, o último bloco terá
nova questão entre os adversários, além das tradicionais considerações finais.
A previsão é que o debate tenha duração de duas horas e 15
minutos. O evento começa a ser
transmitido a partir das 20h,
com imagens dos candidatos e
notícias de bastidores.
Estratégias
A estratégia de Alckmin no
debate de hoje vai transitar entre duas linhas: uma mais técnica, com números do seu governo, e outra mais emotiva,
com frases de efeito, que incluirão o tema da ética.
A corrupção e os escândalos
que atingiram a gestão do PT
estarão presentes na fala do ex-governador, que planeja mencionar o caso do dossiê, do caseiro e do mensalão.
Mas, como agiu no horário
eleitoral do primeiro turno,
Alckmin deve atacar moderadamente, sem passar a impressão de que está desesperado, o
que poderia ser aproveitado pelo adversário, que, nesse cenário, poderá retomar a tática do
"Lulinha, paz e amor" de 2002.
O tucano também está se
preparando para ataques e
comparações de Lula com o governo de Fernando Henrique
Cardoso (1995-2002). Alckmin
deverá se defender dizendo que
FHC não voltará a governar.
Sua intenção é não repetir o
que fez José Serra (PSDB) em
2002, que optou por rebater
ponto a ponto as críticas do petista ao governo tucano.
Já Lula está se preparando
para responder sobre ética com
dados do governo federal, como
números de operações da Polícia Federal. E levantou munição sobre casos e suspeitas de
corrupção da gestão de Alckmin em São Paulo e de FHC.
O petista deve ir para o ataque, mas com "atitude de presidente", diz um auxiliar. Optou
por dar tratamento respeitoso
a Alckmin, chamando-o de governador, cumprimentando-o
e considerando que o segundo
turno propicia debates produtivos, uma forma de justificar
as ausências na primeira fase.
Lula tem dito que, nas áreas social e econômica, dá "um banho" nos tucanos. Tem mesmo
é preocupação com o campo da
ética e com escândalos.
Primeira vez
No primeiro turno, o presidente Lula não compareceu a
nenhum dos três debates. O caso do dossiê e a ausência do
evento da Rede Globo, a três
dias do dia da votação, foram
apontados como motivos de
Lula não ter vencido no domingo passado, como as pesquisas
sinalizavam nas semanas anteriores. Sem o presidente, Alckmin, Heloísa Helena e Cristovam Buarque miraram no petista, que teve a cadeira reservada a ele, vazia, exibida.
Além do evento de hoje, Gazeta, Record e Globo planejam
promover debates. O primeiro
está programado para o dia 17,
mas o petista dá sinais de que
não participará. A Record ainda
negocia com as duas campanhas a realização do seu. E a
Globo finaliza o segundo turno,
com seu debate no dia 27, dois
dias antes da votação decisiva.
Colaboraram JOSÉ ALBERTO BOMBIG , da Reportagem Local, e KENNEDY ALENCAR , da Sucursal de Brasília
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