São Paulo, quarta-feira, 08 de outubro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Cheio de apetite

O PMDB está rindo à toa. Contabiliza os ganhos obtidos no domingo, suas chances de levar no segundo turno Porto Alegre e/ou Belo Horizonte e/ou Salvador e até mesmo a perspectiva de, caso Gilberto Kassab vença em São Paulo, herdar a maior capital do país em 2010, na hipótese de o prefeito vir a ser o candidato a governador da aliança demo-tucana (a peemedebista Alda Marco Antônio é vice na chapa de Kassab).
Tudo somado, "cresce o valor do passe do PMDB", diz um dirigente. Os ministros Hélio Costa e Geddel Vieira Lima, que patrocinam finalistas em BH e Salvador, já expressaram ao Planalto o desejo de que não apenas Lula, mas também Dilma Rousseff se mantenha longe dos palanques dos adversários. Afinal, ela precisará de um vice do PMDB daqui a dois anos.



Tela quente. Após o susto em BH, a campanha de Márcio Lacerda (PSB) usará os primeiros programas de TV do segundo turno para "resgatar a credibilidade" do candidato, negando seu envolvimento no chamado mensalão mineiro. A propaganda também rebaterá a idéia de que o adversário Leonardo Quintão teve uma "infância pobre".

Currículo. O novo marqueteiro de Lacerda, Cacá Moreno, fez a campanha de Itamar Franco ao governo de Minas em 1998. É próximo de Walfrido dos Mares Guia, que quando ministro do Turismo contratou seus serviços.

Na contramão. Terceira colocada em BH, Jô Moraes promete anunciar nesta sexta apoio a Quintão. Já a cúpula do PC do B que ir de Lacerda.

Em capítulos. Eduardo Paes (PMDB) quer anunciar uma adesão partidária por dia para exibir musculatura eleitoral diante do adversário Fernando Gabeira (PV) no Rio. A seqüência seria: PDT, PC do B, PRB e, por fim, o PT.

Tucanês. Antonio Imbassahy (PSDB), que obteve 8,36% dos votos em Salvador, avisou a aliados que anunciará hoje apoio a Walter Pinheiro (PT) contra João Henrique (PMDB). Para driblar a direção nacional tucana, que vetou apoio formal ao PT, o ex-prefeito fará uma "declaração pessoal de voto", assim como o presidente da Assembléia Legislativa, Marcelo Nilo.

Bronca. O ministro Orlando Silva, do PC do B, não achou graça na declaração da petista Maria do Rosário ("Manuela, atende o meu telefone aí!"), finalista em Porto Alegre: "Fazer brincadeiras e ironias não é o melhor caminho para quem precisa de apoio".

Radial Leste 1. O exame dos votos por zona eleitoral indica que Marta Suplicy provavelmente atingiu seu teto na periferia sul de São Paulo (com índices de 70% em Parelheiros e Grajaú). A maior reserva para a petista explorar agora seriam os votos de Geraldo Alckmin (PSDB) na populosa zona leste. Em bairros como Penha, Tatuapé e Mooca, ela não ultrapassou os 17%.

Radial Leste 2. Dois fatores, porém, dificultam a caça de votos a ser empreendida por Marta na porção menos periférica da zona leste: ela perdeu nessa região em 2004; não é a base eleitoral de nenhum de seus vereadores.

Raio-X. Nove dos 11 vereadores eleitos pelo PT na capital paulista são martistas. Os outros dois pertencem à corrente "Construindo um Novo Brasil", do presidente do partido, Ricardo Berzoini. E dois que não conseguiram se reeleger integram a "Mensagem ao Partido", capitaneada nacionalmente pelo ministro da Justiça, Tarso Genro.

Curto-circuito. A vitória de João da Costa (PT) no primeiro turno em Recife já provoca debate a respeito do futuro político do atual prefeito, que está de olho no governo de Pernambuco. O deputado Armando Monteiro Neto (PTB), presidente da CNI, sugere: "É desejável ter João Paulo no Senado".

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Cada um tem suas miragens, né? Ela tem as dela, e eu não posso fazer nada."

De FERNANDO GABEIRA sobre a diretora do Ibope Márcia Cavallari, segundo quem o Datafolha, primeiro instituto a detectar a arrancada do candidato do PV no Rio de Janeiro, "criou uma onda" que o ajudou a chegar ao segundo turno.

Contraponto

Pano rápido

A maratona eleitoral levou o deputado Marco Maia a um comício em Tunas, município do interior gaúcho. Cansado depois de um dia cheio de compromissos, perguntou aos organizadores quem eram os candidatos de seu partido, o PT. Na hora, estranhou um pouco o nome do vice na chapa, mas mandou bala:
-Quero aqui fazer uma saudação ao companheiro Barata, futuro vice-prefeito desta cidade!
O público caiu na risada, mas Maia não se intimidou: voltou a exaltar as qualidades do "companheiro Barata". Só então um assessor se aproximou e, ao pé do ouvido, explicou ao deputado que o nome era Batalha. Ruborizado, Maia pediu desculpas e cuidou de encurtar sua fala.


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