São Paulo, Segunda-feira, 08 de Novembro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRIME ORGANIZADO

Estado é o sexto da lista dos visitados pela comissão

RS será próximo alvo de investigações da CPI
Sérgio Lima - 13.out.99/Folha Imagem
O motorista Jorge Meres de Almeida Alves, considerado "fonte confiável" por integrantes da CPI


LÉO GERCHMANN
da Agência Folha,
em Porto Alegre

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Narcotráfico iniciará na próxima semana investigação que poderá desvendar um braço no Rio Grande do Sul da chamada "conexão nacional" do crime organizado.
Agora, somam seis os Estados em que a CPI esteve ou estará presente: os já visitados Acre, Mato Grosso, Maranhão e Rio de Janeiro e os dois que estão na fila, São Paulo e Rio Grande do Sul.
A partir de Campinas, onde a CPI concentra suas investigações neste momento, será apurada a existência de uma empresa arrozeira da cidade de Caxias do Sul (RS) que teria participação na "lavagem" de dinheiro proveniente de roubo de cargas, contrabando de armas e tráfico de drogas.

"Fonte confiável"
O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) se baseia no depoimento prestado à CPI pelo motorista Jorge Meres de Almeida Alves, que repassara outras informações anteriormente e tem sido considerado "fonte confiável".
"Até agora tudo o que ele disse foi verdade. A partir desta ou da próxima semana, vamos nos debruçar sobre Caxias do Sul, depois de nos concentrarmos em Campinas", afirmou o deputado gaúcho ontem.
O nome da empresa mencionada por Meres não consta em cadastros oficiais de Caxias do Sul. Mattos vê nisso duas possibilidades: "Em primeiro lugar, esse deve ser o nome fantasia, a razão social deve ser outra. Além disso, o nome da empresa pode servir mesmo é para esquentar nota fria e "lavar" dinheiro. Teria, portanto, o nome fantasia apenas colocado na nota fiscal".
De acordo com o depoimento de Meres, que é gaúcho, a empresa pertence ao empresário campinense William Sozza, que depôs na CPI em outubro, reconheceu ser integrante da quadrilha e depois desapareceu. Sozza negou na ocasião ser proprietário de empresas no Rio Grande do Sul.
Mesmo assim, o motorista ressalva que não sabe se a arrozeira participa de alguma atividade além da venda de arroz para várias regiões do país.
Mattos, que estava ontem no município gaúcho de Tramandaí (litoral norte do Rio Grande do Sul, a 120 km de Porto Alegre), concentrará, durante toda esta semana, suas investigações em Campinas, onde acredita haver importante ramificação do narcotráfico para distribuição de drogas pelo país.


Texto Anterior: Painel
Próximo Texto: Núcleo faz 1ª reunião amanhã
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.