|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRIME ORGANIZADO
Estado é o sexto da lista dos visitados pela comissão
RS será próximo alvo
de investigações da CPI
Sérgio Lima - 13.out.99/Folha Imagem
|
O motorista Jorge Meres de Almeida Alves, considerado "fonte confiável" por integrantes da CPI |
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha,
em Porto Alegre
A CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito) do Narcotráfico iniciará na
próxima semana
investigação que
poderá desvendar um braço no
Rio Grande do Sul da chamada
"conexão nacional" do crime organizado.
Agora, somam seis os Estados
em que a CPI esteve ou estará presente: os já visitados Acre, Mato
Grosso, Maranhão e Rio de Janeiro e os dois que estão na fila, São
Paulo e Rio Grande do Sul.
A partir de Campinas, onde a
CPI concentra suas investigações
neste momento, será apurada a
existência de uma empresa arrozeira da cidade de Caxias do Sul
(RS) que teria participação na "lavagem" de dinheiro proveniente
de roubo de cargas, contrabando
de armas e tráfico de drogas.
"Fonte confiável"
O deputado Pompeo de Mattos
(PDT-RS) se baseia no depoimento prestado à CPI pelo motorista Jorge Meres de Almeida Alves, que repassara outras informações anteriormente e tem sido
considerado "fonte confiável".
"Até agora tudo o que ele disse
foi verdade. A partir desta ou da
próxima semana, vamos nos debruçar sobre Caxias do Sul, depois de nos concentrarmos em
Campinas", afirmou o deputado
gaúcho ontem.
O nome da empresa mencionada por Meres não consta em cadastros oficiais de Caxias do Sul.
Mattos vê nisso duas possibilidades: "Em primeiro lugar, esse deve ser o nome fantasia, a razão social deve ser outra. Além disso, o
nome da empresa pode servir
mesmo é para esquentar nota fria
e "lavar" dinheiro. Teria, portanto,
o nome fantasia apenas colocado
na nota fiscal".
De acordo com o depoimento
de Meres, que é gaúcho, a empresa pertence ao empresário campinense William Sozza, que depôs
na CPI em outubro, reconheceu
ser integrante da quadrilha e depois desapareceu. Sozza negou na
ocasião ser proprietário de empresas no Rio Grande do Sul.
Mesmo assim, o motorista ressalva que não sabe se a arrozeira
participa de alguma atividade
além da venda de arroz para várias regiões do país.
Mattos, que estava ontem no
município gaúcho de Tramandaí
(litoral norte do Rio Grande do
Sul, a 120 km de Porto Alegre),
concentrará, durante toda esta semana, suas investigações em
Campinas, onde acredita haver
importante ramificação do narcotráfico para distribuição de
drogas pelo país.
Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Núcleo faz 1ª reunião amanhã Índice
|