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Núcleo faz 1ª reunião amanhã
da Sucursal de Brasília
O governo decidiu aproveitar a
repercussão favorável dos trabalhos da CPI do Narcotráfico junto
à opinião pública para oficializar
nesta semana a criação do Núcleo
de Combate à Impunidade.
A iniciativa do governo é uma
tentativa de criar uma versão nacional da operação "Mãos Limpas", realizada com êxito para o
combate à máfia italiana.
O presidente Fernando Henrique Cardoso se reúne amanhã
com membros da CPI (Comissão
Parlamentar de Inquérito) e com
os ministros José Carlos Dias
(Justiça) e Alberto Cardoso (Segurança Institucional) para discutir a situação do crime organizado no país.
O presidente da CPI, Magno
Malta (PPB-ES), pedirá ao presidente agilidade do Banco Central
para o fornecimento de informações sobre pessoas cujo sigilo
bancário foi quebrado pela comissão.
Outra reivindicação da CPI é o
aumento de recursos para proteção de testemunhas. Desde a instalação da comissão, em abril deste ano, já estão sob proteção policial 40 testemunhas e seus parentes.
A CPI do Narcotráfico é apontada como responsável por prisões
decretadas contra 34 pessoas no
Acre, cinco no Maranhão (dois
prefeitos, dois delegados e um ex-deputado) e deve contribuir nesta
semana para a cassação de dois
deputados estaduais maranhenses -José Gerardo de Abreu
(PPB) e Chico Caíca (PST).
"O governo está dando todo
apoio aos trabalhos da CPI", disse
por telefone o ministro José Carlos Dias.
"A reunião servirá para o governo fazer um balanço da situação e
traçar estratégias para o combate
ao crime organizado e ao narcotráfico", afirmou.
Dias esteve recentemente no
Acre, onde foram presas e transferidas para Brasília em avião da
FAB (Força Aérea Brasileira) 28
pessoas ligadas ao ex-deputado
Hildebrando Pascoal, acusado
pela CPI e pelo Ministério Público
Federal de comandar grupo de
extermínio e narcotráfico no Estado.
O ministro viajou em companhia do procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, e do
diretor-geral da Polícia Federal,
Agílio Monteiro Filho.
Na ocasião, foi discutida e acertada entre eles a criação do Núcleo de Combate à Impunidade
para lidar principalmente com
crimes que não são solucionados
pelas polícias estaduais.
Segundo Dias, o núcleo deverá
contar com a participação de dois
delegados da PF, dois procuradores da República e um ou dois representantes do próprio Ministério da Justiça.
Um dos procuradores cotados
para participar do núcleo é Roberto Santoro, responsável pela
equipe que já elaborou cinco denúncias contra o ex-deputado
Hildebrando Pascoal e seus supostos cúmplices.
O núcleo também contará com
a assessoria de funcionários do
Banco Central e da Receita Federal para auxiliar nas investigações.
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