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Liberdade valia US$ 15 mil
da Agência Folha, em Campo Grande
O comerciante José Luiz Brum,
pai de um dos brasileiros presos,
afirmou que os parentes iriam pagar US$ 15 mil a um capitão da
polícia peruana para que os sete
fossem libertados.
Segundo Brum, o pagamento só
não foi feito porque o advogado
peruano Roberto Teles, que negociava a transação e seria conivente
com a extorsão, pediu mais US$
10 mil, dinheiro que supostamente seria dado a um coronel.
Rosane Crispim, irmã de Luiz
Adolfo Schirach Silveira Crispim,
um dos presos no Peru, disse que
os familiares tinham a "intenção
de pagar, mas a sacanagem (o aumento do valor exigido) foi muito
grande".
Os parentes dos brasileiros decidiram, então, tentar uma solução por meio do Consulado do
Brasil em Iquitos.
Iquitos está localizada nas margens do rio Solimões e tem cerca
de 200 mil habitantes.
"Aqui, quando eles pegam alguém na rua e dizem que é ladrão,
essa pessoa passa três anos na cadeia se nada for feito. Vejo coisa
aqui que, se eu contar por telefone, você vai dizer que é mentira
para defender meu filho", disse o
comerciante Brum à Agência Folha.
"Tortura psicológica"
Rosane, que mora em Cuiabá
(MT), disse que no fim do mês
passado conseguiu falar, por telefone, com seu irmão.
Luiz Adolfo afirmou a ela que
emagreceu 12 quilos desde que foi
preso, em 18 de setembro.
O irmão disse a ela que está sofrendo uma "tortura psicológica".
"Os policiais jogam na cara deles (presos) que eles são ladrões,
que têm mais é que apodrecer na
cadeia", disse Rosane, chorando,
por telefone, à Agência Folha.
Segundo ela, o irmão "pediu pelo amor de Deus" para que tudo
fosse tentado no Brasil para conseguir libertá-lo.
"Ameaçaram bater"
Brum também relatou que os
brasileiros estão sendo submetidos a torturas psicológicas. "Eles
ameaçaram bater no meu filho",
disse o comerciante.
Todos os brasileiros presos, de
acordo com Brum, estão desesperados e choram durante as visitas,
que só podem ocorrer uma vez
por semana.
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