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Superintendente tirou os acusados Dirceu Bertin e José Augusto Bellini das funções para que não pesasse nenhuma suspeita sobre ele
Corregedor e delegado perdem cargos na PF
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O corregedor regional da Polícia
Federal em São Paulo, Dirceu Bertin, e o delegado José Augusto Bellini, denunciados na semana passada por supostamente integrarem uma quadrilha de venda de
sentenças judiciais, foram afastados ontem de suas funções por
determinação do superintendente regional da PF, Francisco Baltazar da Silva.
Bellini, que era responsável pela
emissão de passaportes em São
Paulo, está preso. Bertin também
teve a sua prisão requerida pelo
Ministério Público durante a chamada Operação Anaconda, mas o
pedido foi indeferido. Ambos foram denunciados por formação
de quadrilha.
Todos os atos praticados por
eles no exercício das respectivas
funções serão revistos por uma
comissão especial composta por
três delegados da PF -os nomes
ainda não foram definidos.
A determinação da Superintendência Regional foi motivada pelas denúncias divulgadas pela imprensa. O órgão reclama do fato
de, durante as investigações, não
ter sido informado pela PF de
Brasília e de, até o momento, não
ter recebido nenhum documento
sobre o caso.
A Folha apurou que Baltazar,
que se sentiu contrariado por não
ter sido avisado do trabalho da PF
da capital federal, pediu o afastamento dos denunciados para que
não pesasse sobre ele ou sua equipe nenhuma suspeita. A interlocutores, o superintendente tem
dito que se sentiu sob suspeição
por não ter sido informado das
investigações.
Segundo colegas de trabalho, ele
disse não ser um "peão" da PF,
mas sim o superintendente do órgão regional e que, por isso, mereceria ter sido avisado das investigações em andamento.
Interinamente, assumirá a Corregedoria Regional a delegada de
classe especial Stelamaris Simões
Kubota. A emissão de passaportes
será comandada pelo agente federal de classe especial Wagner Pereira da Silva. Os dois seriam os
sucessores naturais dos cargos.
As investigações da PF e do Ministério Público Federal começaram há cerca de um ano e meio.
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