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São Paulo, sábado, 08 de novembro de 2003

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Superintendente tirou os acusados Dirceu Bertin e José Augusto Bellini das funções para que não pesasse nenhuma suspeita sobre ele

Corregedor e delegado perdem cargos na PF

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O corregedor regional da Polícia Federal em São Paulo, Dirceu Bertin, e o delegado José Augusto Bellini, denunciados na semana passada por supostamente integrarem uma quadrilha de venda de sentenças judiciais, foram afastados ontem de suas funções por determinação do superintendente regional da PF, Francisco Baltazar da Silva.
Bellini, que era responsável pela emissão de passaportes em São Paulo, está preso. Bertin também teve a sua prisão requerida pelo Ministério Público durante a chamada Operação Anaconda, mas o pedido foi indeferido. Ambos foram denunciados por formação de quadrilha.
Todos os atos praticados por eles no exercício das respectivas funções serão revistos por uma comissão especial composta por três delegados da PF -os nomes ainda não foram definidos.
A determinação da Superintendência Regional foi motivada pelas denúncias divulgadas pela imprensa. O órgão reclama do fato de, durante as investigações, não ter sido informado pela PF de Brasília e de, até o momento, não ter recebido nenhum documento sobre o caso.
A Folha apurou que Baltazar, que se sentiu contrariado por não ter sido avisado do trabalho da PF da capital federal, pediu o afastamento dos denunciados para que não pesasse sobre ele ou sua equipe nenhuma suspeita. A interlocutores, o superintendente tem dito que se sentiu sob suspeição por não ter sido informado das investigações.
Segundo colegas de trabalho, ele disse não ser um "peão" da PF, mas sim o superintendente do órgão regional e que, por isso, mereceria ter sido avisado das investigações em andamento.
Interinamente, assumirá a Corregedoria Regional a delegada de classe especial Stelamaris Simões Kubota. A emissão de passaportes será comandada pelo agente federal de classe especial Wagner Pereira da Silva. Os dois seriam os sucessores naturais dos cargos.
As investigações da PF e do Ministério Público Federal começaram há cerca de um ano e meio.


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