São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2005

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PAINEL

Vôo internacional 1
Com a ajuda dos técnicos do Tribunal de Contas da União, a CPI dos Correios investiga provável conexão entre a Skymaster, que operou o Correio Aéreo Noturno, e remessas de recursos para o exterior que depois teriam irrigado o valerioduto.

Vôo internacional 2
Os proprietários da Skymaster eram também donos de uma offshore, em nome da qual foram compradas as aeronaves da empresa, depois alugadas a preços superfaturados, diz a CPI.

Destino final
A CPI pedirá ajuda ao Ministério da Justiça para rastrear recursos enviados pela Skymaster a paraísos fiscais. Técnicos do TCU suspeitam que a offshore da empresa tenha alimentado as contas de Duda Mendonça.

Diagnóstico fechado
O relatório parcial sobre o contrato Correios-Skymaster, que sai na próxima semana, deverá propor o indiciamento dos proprietários da empresa e do ex-diretor de Operações da estatal Maurício Madureira.

Filme queimado
A CPI compilou as mentiras que Henrique Pizzolato teria contado em seu primeiro depoimento. Integrantes da comissão acham que, se não obtiver habeas-corpus preventivo, o ex-diretor de marketing do BB corre o risco de sair preso do segundo.

Mãos invisíveis
Os cassáveis do PT acompanham com especial interesse o trabalho de coleta de papéis contra a oposição conduzido por membros da sigla. Eventual "acordão" beneficiaria os que estão no corredor da morte.

Pisca-pisca
Com os cassáveis incentivando a devassa sobre tucanos e pefelistas, um petista descreve assim o clima no PT: "A esquizofrenia é personificada na ação do Berzoini. Uma mão joga a água e a outra risca o fósforo".

Nitroglicerina
A prisão do advogado Roberto Bertholdo, ex-conselheiro de Itaipu, muito próximo do deputado José Janene (PP) e do ex-deputado José Borba (PMDB), causa apreensão não apenas entre os políticos. A avaliação no Paraná é que ele tem potencial para "implodir" o Judiciário.

Disco rígido
Bertholdo também é considerado a "memória viva" de campanhas eleitorais no Estado, especialmente na região noroeste. A vaga que ocupou em Itaipu era da cota de José Dirceu.

Ciranda de Ribeirão
A CPI dos Bingos já sabe que Rogério Buratti atuou como lobista da empreiteira REK, apontada como proprietária do carro utilizado na suposta operação dos dólares cubanos. O ex-assessor do PT teria intermediado contratos de lixo com prefeituras do interior paulista.

Pela culatra
Em privado, o governo reconhece pelo menos um prejuízo com a vitória do "não" no referendo das armas: tem indícios de que a campanha elevou a percepção negativa da população sobre a segurança pública.

Negociações de paz
Cresce no PFL baiano a convicção de que será mais difícil do que no passado vencer a eleição estadual "contra todos", a despeito da boa avaliação de Paulo Souto. O problema é vender a idéia de aliança a Antonio Carlos Magalhães, que tem inimigos históricos no PMDB e no PSDB.

Visita à Folha
Rossano Maranhão Pinto, presidente do Banco do Brasil, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Paulo Rogério Caffarelli, diretor de Marketing, e de João José Forni, assessor especial do presidente.

TIROTEIO

Do deputado João Fontes (SE), ex-petista hoje no PDT, sobre o chefe-de-gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, que prefere não chamar o ex-tesoureiro do PT de traidor porque a palavra "tem um juízo de intencionalidade moral que não sei se mobilizou o Delúbio":
-Traduzindo para o português, quer dizer que nem ele nem Lula estão em condições de cutucar Delúbio com vara curta.

CONTRAPONTO

Vai-e-volta

O presidente do Citibank no Brasil, Gustavo Marín, depunha há pouco menos de um mês na CPI do Mensalão quando recebeu a pergunta do senador pefelista Heráclito Fortes (PI):
-O senhor já leu o livro "Citibank vs. Argentina - Historia de un País en Bancarrota", do jornalista Luis Balaguer?
-Não, nunca ouvi falar nesse livro-, respondeu Marín.
-Faço questão de repassar o o meu-, disse Heráclito.
Logo depois de entregar seu exemplar ao depoente, o senador deu sua avaliação:
-É bom, o senhor deveria ler.
Já com o volume em mãos, Marín reformulou a resposta:
-Senador, obrigado, mas na verdade eu já tenho o livro. Não o li porque um amigo me disse que era muito ruim.
Heráclito não perdeu tempo:
-Então, com licença, faça o favor de devolver o meu. É o único exemplar que eu tenho!


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