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Eleitos por PT, PTB e PL declaram receita maior em 2006
SILVIO NAVARRO
LETÍCIA SANDER
SILVANA FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputados eleitos pelos
três partidos que admitiram ter
feito "caixa dois" em 2002
-PT, PL e PTB- declararam à
Justiça Eleitoral ter arrecadado mais recursos para bancar
suas campanhas neste ano do
que o montante informado pela
bancada vitoriosa há quatro
anos. As três siglas também saíram das urnas com bancadas
mais enxutas neste ano.
O caso mais emblemático é o
do PT. Na esteira da chamada
"onda vermelha" de 2002, a receita total dos 91 eleitos atingiu
R$ 17,5 milhões (já descontando a inflação pelo IPCA, de 35%
no período). Neste ano , os eleitos recolheram, juntos, R$ 37,5
milhões -variação de 113%. O
PT elegeu oito parlamentares a
menos do que em 2002.
Dos partidos aliados do governo Lula arrolados no escândalo do mensalão, os deputados
eleitos do PP foram os únicos
que informaram ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) terem arrecadado menos recursos do que na eleição anterior.
Neste ano, o caixa dos pepistas
encolheu R$ 1,4 milhão. O partido elegeu 41 deputados contra 49 do então PPB.
O levantamento foi feito pela
Folha com base nas prestações
de contas entregues ao TSE pelos deputados eleitos pelas respectivas siglas.
Dos 169 deputados que as
quatro siglas elegeram juntas,
seis (cinco do PT e um do PL)
ainda não entregaram a contabilidade.
No total, os eleitos pelo PT,
PTB, PL e PP captaram, somados, um montante de R$ 79,7
milhões para bancar campanhas à Câmara neste ano. Esse
valor representa um aumento
de 55% na arrecadação, se
comparado com 2002 -R$
51,3 milhões.
O aumento na arrecadação
de um candidato de uma eleição para outra pode ter vários
fatores, e não significa, necessariamente, evidência de "caixa
dois".
O presidente do PT, Ricardo
Berzoini (SP), disse que o caixa
da eleição passada foi de R$ 271
mil (valor corrigido). Neste
ano, o petista informou ter recolhido R$ 2 milhões -variação de 662%. No caso do PT, a
prestação de contas relaciona
mais sete campanhas milionárias, seis delas de São Paulo:
João Paulo Cunha, Janete Pietá, Arlindo Chinaglia, José
Eduardo Cardozo, Paulo Teixeira e Antonio Palocci Filho.
O presidente do Conselho de
Ética da Câmara, Ricardo Izar
(PTB-SP), que comandou os
processos de cassação no caso
do mensalão, teve aumento de
148% na arrecadação de sua
campanha à reeleição -R$ 289
mil (corrigido) em 2002, contra R$ 717 mil.
"Na eleição passada, detalhes
pequenos como gastos com gasolina, água, luz, você não punha, pois a legislação não entrava em detalhe. Na outra eleição dava para gastar dinheiro
até do próprio bolso. A prestação de contas nesta eleição se
tornou uma preocupação de
campanha. Coloquei dois profissionais para cuidar disso",
disse Izar.
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