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Presidente quer negociar com PMDB unido
Lula não descarta ajudar partido a conquistar as presidências da Câmara e do Senado ao mesmo tempo
VALDO CRUZ
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em conversas ontem e nos
últimos dias com dirigentes do
PMDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a
unificação do partido em torno
do apoio ao governo é a principal precondição para negociar
ministérios e as presidências da
Câmara e do Senado.
Lula usou as palavras "interlocução única" e "fim da guerra
entre governistas e oposicionistas" para descer aos detalhes
da participação do partido no
governo. Ele teme que negociar
com só uma ala da legenda, como fez no primeiro mandato,
mantenha a sigla dividida e,
conseqüentemente, deixe o governo sem votos no Congresso.
O presidente sabe ser difícil,
mas não descarta bancar articulação para o PT apoiar peemedebistas para as presidências do Senado e da Câmara.
Nas eleições, o PMDB obteve a
maior bancada para a Câmara
(89 deputados). A tradição parlamentar, já quebrada em outras eleições congressuais, reza
que a maior bancada indique o
presidente. No PMDB, os possíveis candidatos à presidência
são os deputados Geddel Vieira
Lima (BA), Michel Temer (SP)
e Eunício Oliveira (CE).
O atual comandante do Senado, o peemedebista Renan Calheiros (AL), deseja ser reeleito
em fevereiro. É possível a reeleição na virada de uma legislatura para outra. No Senado, um
projeto de resolução fixou o dia
da diplomação dos novos integrantes da Casa como data-limite para a contagem do tamanho das bancadas, critério para
a formação da Mesa Diretora.
Hoje, o PMDB tem 17 senadores. Na semana que vem,
com o retorno de Gerson Camata (ES), chegará a 18. Poderá
atingir 20 até o dia 19 de dezembro, data que a Justiça Eleitoral marcou para a diplomação dos eleitos em outubro.
Com isso ficaria com uma
bancada superior à do PFL e
pleitearia a presidência do Senado. Logo após as eleições, o
PFL tornou-se a maior bancada
do Senado, com 18 membros.
Só que a senadora Roseana Sarney (MA) já decidiu sair. Seu
destino deve ser o PMDB.
Uma articulação comandada
por Lula para que os aliados
apóiem peemedebistas no Senado e na Câmara teria chance
de sucesso e ajudaria o presidente a destinar menos pastas à
sigla no segundo mandato.
Hoje, a cota peemedebista é
de três pastas (Saúde, Minas e
Energia e Comunicação). A
Saúde está na conta da bancada
da Câmara: o deputado Saraiva
Felipe indicou o técnico Agenor Alvares. As Minas e Energia são da cota do grupo do senador José Sarney. As Comunicações representam o Senado.
Lula poderia negociar a troca
da Saúde por outra pasta na
área de infra-estrutura. Geddel
é cotado para a Integração Nacional. O ex-presidente do STF
Nelson Jobim seria opção para
a Justiça ou articulação política. A senadora Roseana Sarney
(MA), se se filiar ao PMDB, é
cotada para o primeiro escalão.
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