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No Rio, candidatos à OAB
gastam R$ 200 mil
O atual presidente, Wadih Damous, 52, disputa a reeleição contra seu vice, Lauro Schuch, 51; Luciano Viveiros tem poucas chances
Damous diz que só recebe doações de advogados para custear a campanha; Schuch diz que conta também com o apoio dos seus clientes
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Com gasto declarado semelhante a de um deputado estadual (R$ 200 mil), dois advogados disputam uma das mais
acirradas eleições para a Ordem dos Advogados do Brasil
do Rio. As ruas da capital estão
repletas de placas dos candidatos, lembrando as campanhas
eleitorais a cargos públicos.
O atual presidente, Wadih
Damous, 52, disputa a reeleição
contra o seu vice-presidente,
Lauro Schuch, 51. Ambos declaram gasto de "cerca" de R$
200 mil, embora desconfiem da
declaração de seu adversário.
Declarando-se um "sonhador e poeta", o professor de direito Luciano Viveiros também
concorre, mas com poucas
chances -e um gasto declarado
de R$ 1.100, investido em panfletos entregues no fórum.
Os três brigam por um cargo
sem remuneração, com mandato de três anos. Dizem querer
melhorar as condições de trabalho dos advogados e rechaçam pretensão política.
Com pouco mais 10% do eleitorado do Rio, Damous e
Schuch gastam o mesmo que
um deputado estadual fluminense, cuja despesa média foi
de cerca de R$ 220 mil em
2006. O Rio tem 11 milhões de
eleitores e a OAB-RJ, 115 mil.
"A OAB fugiu das tradições
de porta-voz dos anseios sociais. Quis dar minha contribuição para recuperar o prestígio e o valor que a OAB teve para a sociedade", diz Damous.
"Não tenho outro interesse
que não [o de] um advogado
que quer ter o respeito que ele
merece, as condições de trabalho que qualquer profissional
busca", disse Schuch.
Os dois alegam que o gasto
tem o objetivo de atingir advogados que não atuam, e que viagens encarecem a campanha.
Damous diz que só recebe
doações de advogados. Schuch
diz ter também apoio de seus
clientes ou de seus apoiadores,
que cobram preço de custo na
impressão de folhetos e placas.
O atual vice diz que as placas
servem para compensar a exposição do atual presidente nos
meios oficiais. Schuch chegou a
tentar na Justiça a proibição de
veiculação da imagem de Damous nos jornais da OAB, mas a
liminar pedida foi negada.
Filiado ao PDT, Schuch contratou marqueteiro -assinou
com Lula Vieira, que fez a campanha de Fernando Gabeira a
prefeito-, mas disse que não
teve como pagar o cobrado.
Conta agora, gratuitamente,
com Jacques Galinkin, que trabalhou com Marcelo Crivella.
Damous diz que suas peças
são feitas sem marqueteiro.
Ele, que já foi do PT e hoje diz
não ter filiação partidária, é
acusado por Schuch de "aparelhar" a OAB junto ao PC do B.
Damous diz que processou o rival por sugerir esse elo político.
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