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Entre credores, PT priorizou Coteminas
RUBENS VALENTE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O pagamento de R$ 1 milhão
feito em maio pelo PT à empresa
Coteminas surpreendeu outros
grandes credores do Diretório
Nacional do partido que esperam
pagamento por serviços prestados durante a campanha de 2004.
Entre os principais cobradores
do PT estão a empresa de aluguel
de aviões Líder Táxi Aéreo, credora de R$ 950 mil; a Dandera, fabricante de camisetas que cobra
R$ 514 mil; a cantora Wanessa Camargo, credora de R$ 319 mil; e o
Sindicato dos Bancários de São
Paulo, credor de R$ 133 mil.
"Estamos há muito tempo querendo receber do PT pelos serviços prestados em 2004", disse o
presidente da Líder, Eduardo
Vaz. A última promessa do PT é
pagar em três parcelas, a primeira
no próximo dia 12.
"Quase todo dia procuro o PT
para resolver o problema. Pedem
calma, mas os meus credores não
têm calma", afirmou Francivaldo
Santos, diretor da Dandera, que
fabricou camisetas para o partido.
"Nem um centavo foi pago",
disse a assessoria da cantora Wanessa Camargo.
A dupla Zezé di Camargo & Luciano ainda não tem previsão para receber R$ 370 mil por shows
para campanhas de 2004, mas reconheceu, por meio do representante Romel Marques, ter recebido "algum abatimento" em 2005.
O valor não foi divulgado.
Outra grande credora do PT, a
empresa de aviação TAM se recusou a dizer se alguma parcela da
dívida de R$ 1,9 milhão foi paga
ao longo de 2005.
A agência de viagens BBTur, ligada ao Banco do Brasil, à qual o
PT assumiu dever R$ 288 mil em
dezembro de 2004, disse que parte da dívida foi paga em 2005, mas
não divulgou o valor. O restante
foi repactuado em setembro, após
acordo com a nova direção do PT.
A Folha apurou que os pagamentos ocorridos em 2005 se deram por meio de boleto bancário,
que pode ser quitado com dinheiro ou com cheque.
O BB é o maior credor do PT. O
partido devia ao banco, em valores de 2004, R$ 17 milhões por três
contratos de leasing para aquisição de computadores e R$ 3,5 milhões por outro empréstimo. O
BB informou que, para garantir o
pagamento das parcelas de leasing, faz desconto nas contas do
PT destinadas ao recebimento das
parcelas do Fundo Partidário.
O documento pelo qual o PT assumiu as dívidas, entregue em
abril ao TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), é assinado pelo ex-tesoureiro Delúbio Soares.
Em julho, o PT afirmou que
"honrará todos os seus compromissos financeiros". Em agosto,
reconheceu um total não pago de
R$ 38 milhões em "compromissos contratuais".
A Folha procurou o PT, mas
não conseguiu contato até o fechamento desta edição.
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