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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Saída pela saúde
A sinalização, feita pelo Planalto aos governadores
tucanos, de um possível aumento da fatia da CPMF
destinada à saúde é considerado o último recurso para obter do PSDB uns poucos "votos de segurança"
-no conjunto da base aliada, faltavam ontem três para os 49 necessários à prorrogação do imposto.
Há dias os tucanos mais interessados em cooperar
advertem o governo: promessa de corte de despesas
ou outras bolas de Natal não vão resolver. Já o compromisso de mais dinheiro para a saúde pode "abrir
um espaço", nas palavras de um cardeal do partido, e
eventualmente oferecer discurso a dois ou três senadores que estariam perto de votar a favor mas não podem fazê-lo na base da adesão pura e simples.
Cantada. Em suas conversas com senadores, José Temporão repete sempre a mesma
história: a alíquota decrescente da CPMF, combinada com
a regulamentação da emenda
29, resultaria em cem por
cento do imposto do cheque
destinado à saúde... em 2011.
Parceria. O ministro da
Saúde gasta em média 40 minutos com cada senador expondo as virtudes do imposto
do cheque. A lista dos alvos
prioritários é fornecida pelo
colega José Múcio (Relações
Institucionais), com base em
sua planilha de votos.
Alto lá. Desde que recebeu,
na CCJ, a emenda que prorroga a CPMF, Marco Maciel
(DEM-PE) tem mandado um
recado ao governo: "Não existe urgência em matéria constitucional". Os "demos"
ameaçam ir à Justiça se o presidente do Senado, Tião Viana
(PT-AC), suprimir o intervalo
de cinco sessões entre os dois
turnos de votação na Casa.
Posição 1. A Mensagem ao
Partido, capitaneada por Tarso Genro, deve sugerir voto
em Ricardo Berzoini no segundo turno das eleições do
PT. O grupo do ministro havia
surgido justamente para contrapor ao antigo Campo Majoritário, do atual presidente.
Posição 2. A Mensagem
alega que eleger Jilmar Tatto
seria "mudança para pior".
"Substituiríamos um grupo
em baixa por outro entusiasmado, com práticas ainda
mais danosas ao PT", diz a resolução a ser aprovada hoje.
Eu não. Berzoini recusou o
convite da Folha para participar de debate com Jilmar
Tatto. A campanha do atual
presidente diz que haverá um
único debate, organizado pelo
próprio partido, na próxima
quarta-feira em Brasília.
Plano gold. O esquema
montado para atender d. Luiz
Cappio, em greve de fome
contra a transposição do São
Francisco, inclui enfermeira e
ambulância 24 horas, estrutura para emergências num
hospital de Sobradinho e
avião com UTI móvel caso seja necessária remoção para
Salvador. Às turras com o bispo, o ministério da Integração
Nacional e o governo da Bahia
não querem correr riscos.
Acomodações. O líder da
bancada do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves
(RN), deve ser reconduzido ao
cargo no ano que vem. Assim,
fica removido um dos últimos
obstáculos para que Michel
Temer (SP) seja o peemedebista eleito presidente da Casa no biênio 2009-2010.
Último recurso. Sem obter sucesso junto à Mesa Mesa
Diretora da Câmara paulistana, a bancada do PT vai entrar
na Justiça, na segunda-feira,
contra o Orçamento de 2008
enviado pela gestão Gilberto
Kassab (DEM). Os opositores
dizem que o prefeito mandou
uma peça com informações
genéricas sobre gastos com
obras e projetos, o que dificultaria uma futura fiscalização.
Tour paulistano. Marco
Aurélio Mello recebe na segunda o prêmio de direitos
humanos da OAB-SP. No
mesmo dia, outro ministro do
STF, Gilmar Mendes, estará
na capital para lançar, na São
Francisco, o livro "Curso de
Direito Constitucional".
Tiroteio
"Como se sentiria o PT se o PMDB resolvesse
interferir em seus assuntos internos?
Esse movimento só atrapalha."
Da líder da bancada do PT, IDELI SALVATTI, sobre a iniciativa do colega
Eduardo Suplicy de lançar à presidência do Senado o peemedebista Pedro Simon, ausente da lista de candidatos feita por seu próprio partido.
Contraponto
Terceirização
Um grupo de deputados conversava animadamente no
plenário, anteontem, quando o vice-líder do governo Beto
Albuquerque (PSB-RS) começou a se queixar da paralisia
da Câmara, que entrou em "recesso branco" a fim de não
trancar a pauta do Senado, às voltas com a CPMF:
-É hora de arrumar outra atividade aqui em Brasília...
Conhecido boleiro, Julio Delgado (PSB-MG) sugeriu:
-Que tal organizar um torneio de futebol?
Emanuel Fernandes (PSDB-SP) achou a solução:
-Que nada... Já que os senadores estão tão atarefados,
podemos emprestar 81 deputados para votar a CPMF enquanto eles discutem quem vai ser o presidente da Casa!
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