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Oposição não aceita o sucesso de torneiro mecânico, diz Lula
Presidente afirma que senadores contrários à CPMF "não querem que país dê certo"
Em Macapá, ele diz que aqueles que se opõem à prorrogação do tributo "adorariam sonegar como sonegaram a vida inteira"
FERNANDO BARROS DE MELLO
ENVIADO ESPECIAL A MACAPÁ (AP)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar ontem senadores da oposição que
se dizem contra a CPMF. "Nós
estamos percebendo agora, lá
no Senado Federal, que têm algumas pessoas, não todas, nos
partidos de oposição, que não
querem, que não aceitam que
este país dê certo. E muito menos admitem o sucesso de um
torneiro mecânico na Presidência da República", discursou Lula, em Macapá (AP).
O presidente lembrou da
proximidade da votação da
PEC (Proposta de Emenda
Constitucional) que prorroga a
CPMF até 2011 e disse que "alguns senadores que não querem que o país dê certo querem
abolir este imposto".
Segundo Lula, os contrários à
prorrogação do chamado imposto do cheque "são aqueles
que adorariam sonegar como
sonegaram a vida inteira".
O governo tenta obter o número de senadores necessários
para aprovar a CPMF. Ontem,
o presidente pediu que a população acompanhe os votos.
"Meus companheiros e minhas
companheiras, é importante
vocês ficarem atentos em qual
será o voto dos senadores brasileiros na próxima semana, ou
sei lá quando eles vão votar."
Como já havia feito o ministro Guido Mantega (Fazenda),
Lula ameaçou governadores,
caso a contribuição não seja
prorrogada. "A hora que tirar
R$ 40 bilhões do Orçamento,
quem vai sofrer são os prefeitos, governadores", disse. "Vamos ter que tirar de algum lugar", emendou Lula, segundo
quem a CPMF é um tributo "de
luxo, distributivo, que só atinge
13 milhões de brasileiros".
O discurso duro contra a
oposição foi feito dois dias depois de o presidente ter amenizado o tom ácido e ter dito que,
aos 62 anos, não tem "mais
tempo de ser violento".
Na quarta, no lançamento do
PAC da Saúde, que contou com
a presença de 20 governadores,
Lula havia feito um mea-culpa
sobre as críticas que fazia à
CPMF na época de oposição e
se classificou como uma "metamorfose ambulante".
Palanque
Ontem, Lula esteve em Macapá para assinar um decreto
que transfere ao Estado 3,8 milhões de hectares de terras que
pertenciam à União. Estiveram
no palanque os governadores
do Amapá, Valdez Góes (PDT),
e do Paraná, Roberto Requião.
"Quero pedir ao Valdez, ao
Requião, aos companheiros,
que digam aos senadores que
não querem que este país dê
certo que tentem me prejudicar de outra forma. Que subam
na tribuna e passem 24 horas
direto falando mal de mim, que
subam na tribuna e façam o que
quiser, mas não prejudiquem a
parte mais pobre deste país,
que no fundo, no fundo será a
beneficiária da CPMF", disse.
O presidente também elogiou o senador Gilvam Borges
(PMDB-AP), outro presente no
evento, e disse a ele que as
"emendas das bancadas agora
serão liberadas" para o Estado.
"O Gilvam é daqueles companheiros que é pau para toda
obra. O que eu mais gosto no
Gilvam é que ele não leva desaforo para casa. E desaforo a
gente não pode levar mesmo
não", afirmou Lula, que voltou
a comparar seu governo com o
do antecessor, Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
"Só até o dia 30 de outubro
deste ano geramos mais empregos do que todo o governo
passado em oito anos." Mas, segundo informou a assessoria do
Planalto, a comparação correta
seria com os quatro anos do segundo mandato do tucano.
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