São Paulo, sábado, 08 de dezembro de 2007

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Oposição não aceita o sucesso de torneiro mecânico, diz Lula

Presidente afirma que senadores contrários à CPMF "não querem que país dê certo"

Em Macapá, ele diz que aqueles que se opõem à prorrogação do tributo "adorariam sonegar como sonegaram a vida inteira"

FERNANDO BARROS DE MELLO
ENVIADO ESPECIAL A MACAPÁ (AP)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar ontem senadores da oposição que se dizem contra a CPMF. "Nós estamos percebendo agora, lá no Senado Federal, que têm algumas pessoas, não todas, nos partidos de oposição, que não querem, que não aceitam que este país dê certo. E muito menos admitem o sucesso de um torneiro mecânico na Presidência da República", discursou Lula, em Macapá (AP).
O presidente lembrou da proximidade da votação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que prorroga a CPMF até 2011 e disse que "alguns senadores que não querem que o país dê certo querem abolir este imposto".
Segundo Lula, os contrários à prorrogação do chamado imposto do cheque "são aqueles que adorariam sonegar como sonegaram a vida inteira".
O governo tenta obter o número de senadores necessários para aprovar a CPMF. Ontem, o presidente pediu que a população acompanhe os votos. "Meus companheiros e minhas companheiras, é importante vocês ficarem atentos em qual será o voto dos senadores brasileiros na próxima semana, ou sei lá quando eles vão votar."
Como já havia feito o ministro Guido Mantega (Fazenda), Lula ameaçou governadores, caso a contribuição não seja prorrogada. "A hora que tirar R$ 40 bilhões do Orçamento, quem vai sofrer são os prefeitos, governadores", disse. "Vamos ter que tirar de algum lugar", emendou Lula, segundo quem a CPMF é um tributo "de luxo, distributivo, que só atinge 13 milhões de brasileiros".
O discurso duro contra a oposição foi feito dois dias depois de o presidente ter amenizado o tom ácido e ter dito que, aos 62 anos, não tem "mais tempo de ser violento".
Na quarta, no lançamento do PAC da Saúde, que contou com a presença de 20 governadores, Lula havia feito um mea-culpa sobre as críticas que fazia à CPMF na época de oposição e se classificou como uma "metamorfose ambulante".

Palanque
Ontem, Lula esteve em Macapá para assinar um decreto que transfere ao Estado 3,8 milhões de hectares de terras que pertenciam à União. Estiveram no palanque os governadores do Amapá, Valdez Góes (PDT), e do Paraná, Roberto Requião.
"Quero pedir ao Valdez, ao Requião, aos companheiros, que digam aos senadores que não querem que este país dê certo que tentem me prejudicar de outra forma. Que subam na tribuna e passem 24 horas direto falando mal de mim, que subam na tribuna e façam o que quiser, mas não prejudiquem a parte mais pobre deste país, que no fundo, no fundo será a beneficiária da CPMF", disse.
O presidente também elogiou o senador Gilvam Borges (PMDB-AP), outro presente no evento, e disse a ele que as "emendas das bancadas agora serão liberadas" para o Estado.
"O Gilvam é daqueles companheiros que é pau para toda obra. O que eu mais gosto no Gilvam é que ele não leva desaforo para casa. E desaforo a gente não pode levar mesmo não", afirmou Lula, que voltou a comparar seu governo com o do antecessor, Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
"Só até o dia 30 de outubro deste ano geramos mais empregos do que todo o governo passado em oito anos." Mas, segundo informou a assessoria do Planalto, a comparação correta seria com os quatro anos do segundo mandato do tucano.


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