São Paulo, sábado, 08 de dezembro de 2007

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Outro lado

Borges afirma ter provas da compra da agência Apoio

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O dono da Sergraph, Hugo Sérgio Siqueira Borges, chamou de "bobagens" as afirmações de seu suposto laranja. Ele disse ter como provar que comprou a empresa Apoio Comunicação Total Ltda., que, segundo ele, pertencia ao gráfico José da Silva Bandeira. Questionado sobre o negócio, ele se negou a fornecer qualquer resposta. "Só vou me manifestar em juízo."
A assessoria de imprensa do governador André Puccinelli (PMDB) confirmou que a empresa Apoio Comunicação Total Ltda. respondeu pela programação visual da administração de Campo Grande no período mencionado pelo gráfico, mas negou que houvesse desvios na produção de outdoors ou de qualquer peça de comunicação visual da prefeitura.
Segundo a assessoria, a prefeitura não tem condições de fazer peças publicitárias e, se esse serviço foi terceirizado pela Apoio, essa informação nunca chegou ao conhecimento de Puccinelli, que foi prefeito de Campo Grande de 1996 a 2004.
Citado por Bandeira como sendo o contato entre a campanha do senador Delcídio do Amaral e o dono da Sergraph, o ex-vereador Pérsio de Andrade (PT) confirmou que as notas referentes aos serviços prestados durante a campanha de 2006 têm registradas no cabeçalho um endereço de Uberaba (MG) -inexistente, segundo o Ministério Público.
Questionado sobre a possibilidade de os comprovantes serem falsos, ele argumentou não ser possível investigar a validade das "centenas" de notas fornecidas ao longo de uma campanha. "São inúmeras, de todos os lugares. No caso da Sergraph, o fato é que contratamos o serviço, pagamos com cheque da campanha e declaramos na prestação de contas. Se as notas eram frias, ele [Siqueira Borges] é quem tem de responder à Receita Federal."
O advogado do ex-governador Zeca do PT, Newley Amarilla, se recusou a comentar as afirmações do gráfico. De acordo com ele, seu cliente vem sendo vítima do "denuncismo" e da precipitação do Ministério Público.
"Denunciá-lo foi uma irresponsabilidade atroz. Não há absolutamente nada. Somente uma alegação da Ivanete [Leite Martins, ex-funcionária do governo] de que o governador sabia de tudo. Só que ninguém confirmou isso."


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