São Paulo, terça-feira, 08 de dezembro de 2009

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outro lado

Construtora diz que sua conduta é lícita

DA REPORTAGEM LOCAL

A construtora Camargo Corrêa afirmou no fim da tarde de ontem, por meio da sua assessoria de imprensa, que "está convicta da licitude da sua conduta e espera ter acesso a essas informações para que possa fazer sua defesa, direito que constitui base fundamental de um Estado democrático".
"A construtora Camargo Corrêa tomou conhecimento, por meio de comunicado divulgado no site do Ministério Público Federal, da existência de representações feitas por esse órgão solicitando a outras esferas da Justiça a abertura de investigações envolvendo a empresa", afirmou a assessoria.
A empreiteira complementou: "Ressaltamos que, neste mesmo processo, houve denúncias divulgadas precipitadamente à imprensa que se mostraram infundadas".
Adhemar Palocci, irmão do deputado federal Antonio Palocci (PT-SP) e diretor da Eletronorte, afirmou ontem que não iria comentar o caso.
A Eletronorte, por meio da assessoria, disse que a obra das eclusas de Tucuruí (PA), "é do Ministério dos Transportes, via Dnit" e que "por meio de convênio a Eletronorte toca as obras desde 2006".
"A posição da Eletronorte em casos tramitando na Justiça ou sob investigação policial é não se pronunciar até que toda apuração ou julgamento termine de acordo com procedimentos legais", afirmou a assessoria.
A assessoria da Eletrobrás informou que Astrogildo Quental, diretor financeiro, não iria se pronunciar ontem.
A assessoria da Prefeitura de São Paulo disse não ter conhecimento das investigações e da citação de um dos secretários paulistanos, mas que colaborará com o Ministério Público.
Segundo a assessoria de imprensa do PMDB nacional, a sigla não tem conhecimento da apuração da PF. Afirmou ainda que o partido não foi citado nem procurado pela polícia.
A assessoria lembrou que o deputado Michel Temer, presidente da Câmara, entrou com uma petição na Justiça para pedir documentos relativos ao processo da Castelo de Areia depois que seu nome também foi citado nas investigações.
Presidente nacional do PT, o deputado Ricardo Berzoini disse que não tem conhecimento da investigação. "Do ponto de vista do PT não existe nenhum tipo de conversa com essa empresa, qualquer tipo de relação desse tipo. Até porque nós rejeitamos qualquer relação dessa ordem", afirmou.
Para o deputado federal Edson Aparecido (PSDB-SP), a obra citada era uma reivindicação antiga da região da Alta Paulista. "Na época, falamos com o [então governador de SP, morto em 2001, Mario] Covas, que lançou o projeto da construção da ponte. Isso há dez anos. E a obra acabou ficando pronta. É estratégica", disse.
"A única doação que tem [da Camargo] foi declarada oficialmente. Não há problema com uma possível investigação."
O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Antonio Roque Citadini negou ontem a participação em qualquer irregularidade. Ele diz que a inscrição "Roc. Citadini", encontrada num dos documentos, não prova seu envolvimento em nenhum ato ilícito. Também diz não ter contato com diretores ou funcionários da Camargo.
A Folha não localizou ontem o advogado do conselheiro do TCE Eduardo Bittencourt.


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