São Paulo, terça-feira, 08 de dezembro de 2009

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Aliados de Arruda retardam impeachment

Deputados criam mais uma comissão para analisar e votar os pedidos de afastamento antes que eles sigam para o plenário

Secretária de Arruda volta à Câmara para presidir a CCJ; Justiça ordena desocupação do plenário, invadido por 50 manifestantes desde quarta


Alan Marques/Folha Imagem
Estudantes comemoramo adiamento da ação da Polícia Militar para retirá-los das dependências da Câmara do Distrito Federal

LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Câmara Legislativa do Distrito Federal decidiu criar um nova etapa na tramitação dos pedidos de impeachment do governador José Roberto Arruda (DEM), acusado de operar um esquema de arrecadação e distribuição de propina.
Além da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), antes de seguir ao plenário da Casa, a saída do governador terá de ser discutida e aprovada por uma comissão especial que deve ser criada hoje pela Casa.
A Folha apurou que a criação da comissão especial foi levantada por deputados aliados do governador Arruda, com base em uma lei federal de 1950, que prevê a formação de grupo com a participação de representantes de todas as legendas, levando em consideração a proporção de cada partido.
A comissão deverá ter de cinco a oito integrantes e tende a ser controlada com facilidade por deputados da base aliada: dos 24 deputados distritais, apenas cinco são de oposição.
Para a oposição, a criação da comissão é mais uma tentativa de inviabilizar o andamento dos pedidos de cassação. De acordo com o regimento interno, os dois pedidos de impeachment já aceitos pela procuradoria da Casa, que devem ser lidos hoje em plenário, deveriam passar só pela CCJ antes de seguir para o plenário.
A base do governador também deverá ter controle sobre a CPI, caso a comissão parlamentar seja criada hoje para investigar o caso do mensalão do DEM. Os aliados terão maioria para determinar o presidente da CPI, sua duração e o cronograma dos trabalhos.

Tropa de choque
Além disso, o governador começou a remontar sua tropa de choque na Casa. Eliane Pedrosa (DEM) deixou a Secretaria de Desenvolvimento Social e voltou à Câmara, onde deve assumir a presidência da CCJ, primeira etapa para analisar os pedidos de impeachment.
O PMDB decidiu ontem à noite deixar a base de apoio de Arruda e ordenou aos filiados a entrega imediata de cargos de confiança. O partido, porém, informou que aguardará a conclusão das investigações para decidir o destino dos peemedebistas citados nas denúncias.
A Justiça determinou ontem o cumprimento do pedido de reintegração de posse do plenário da Câmara, ocupado por cerca de 50 manifestantes desde quarta passada. Policiais militares estiveram no local, mas a ação foi adiada para hoje.


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