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Tarso não confirma MST em conselho
PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Secretário especial do Conselho
de Desenvolvimento Econômico
e Social, órgão criado para a formulação do chamado pacto social, Tarso Genro é evasivo quando o assunto é a participação do
MST na instância consultiva.
Folha - Por que o ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, não integra o conselho se a reforma do
setor é uma das prioridades?
Tarso Genro - Porque os ministros que estão relacionados com a
agenda proposta pelo presidente
são os que conduzirão a discussão, independentemente de estarem no conselho. Eu faço a arquitetura política, a composição do
conselho e da reunião. Quem dirige a discussão de conteúdo, no caso concreto, é o ministro Berzoini.
Folha - E se o ministro colher das
discussões pelo país sobre o assunto idéias diferentes da proposta do
conselho e da do PT?
Tarso - Essa é a própria idéia de
concertação. Ela só pode existir
com opiniões diferentes e significa as pessoas não só buscarem
pontos comuns, mas também saberem ceder para encontrar pontos comuns.
Folha - O conselho servirá como
forma de pressionar o Congresso?
Tarso - Não, porque o conselho é
uma estrutura de consulta e de
formulação política do Executivo.
Através do conselho, o Executivo
produz propostas para o Congresso. A partir do momento em
que elas se transformam em projetos de lei e vão para o Congresso, ele não só tem autonomia
constitucional como exercerá plenamente sua capacidade de afirmação e de modificação.
Folha - A Igreja Católica...
Tarso - D. Tomás Balduíno [presidente da Comissão Pastoral da
Terra]. Não falei com ele, mas vou
fazer o convite e tenho convicção
de que vai aceitar.
Folha - E as demais igrejas?
Tarso - Temos a preocupação de
que todas as igrejas que têm implantação nacional tenham algum tipo de representação.
Folha - O MST vai participar? Se
vai, representantes dos proprietários rurais também vão?
Tarso - Haverá pessoas vinculadas à área agrária. Queremos um
espectro geral da sociedade.
Folha - O MST vai participar?
Tarso - Achamos, por exemplo,
que d. Tomás é um homem muito
ligado a todos os movimentos pela terra e que a participação dele
terá um apoio muito grande não
só do MST como de todos os que
lutam pela reforma agrária.
Folha - Mas do MST mesmo não
está prevista a participação?
Tarso - [Hesita] Não posso responder ainda.
Folha - Apesar da ligação de d.
Tomás com o tema, o MST, como
entidade, deve querer participar.
Tarso - Se o movimento, como
entidade, requerer participação, o
MST é um movimento que tem
muita importância política.
Folha - Mas o sr. não pode dizer...
Tarso - Estamos discutindo os
nomes e eu seria infiel à preocupação que estamos tendo de ter
uma postura discreta, bem articulada, para não causar celeuma.
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