São Paulo, terça-feira, 09 de janeiro de 2007

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Só RS e AL não cumprem limite de dívidas fixado

LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apenas dois Estados -Rio Grande do Sul e Alagoas- ainda descumprem o limite de endividamento estabelecido na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). São Paulo e Mato Grosso do Sul, que até o ano passado integravam a lista, conseguiram baixar suas dívidas. Mais que mérito dos governadores, essa melhora é resultado principalmente do dólar barato.
Apesar da queixa dos governadores que querem renegociar suas dívidas com a União em condições mais favoráveis, nos últimos dois anos eles foram beneficiados com redução de suas dívidas graças ao IGP-DI, índice que corrige as dívidas estaduais.
Como é influenciado pelos preços do atacado e pela cotação do dólar, o IGP-DI em 2005 foi de apenas 1,2%. Em 2006 não deve passar de 3,09%, segundo projeções de mercado. Isso fez com que a velocidade de crescimento da dívida fosse reduzida.
Por outro lado, a arrecadação dos Estados cresceu. São Paulo, que passou a cumprir os limites da LRF, teve aumento na receita de 4,2% até agosto de 2006. O mesmo se deu em Mato Grosso do Sul, onde a receita cresceu 8%.
"Os Estados vêm se ajustando aos poucos. Quando fizeram o refinanciamento de suas dívidas trocaram juros equivalentes à Selic pelo IGP-DI, que é muito mais baixo. Quem deveria estar reclamando é o governo federal", ironiza Amir Khair, especialista em finanças públicas estaduais.
Em 2001, quando o Senado fixou o teto de dívidas estaduais em 200% da receita, eram cinco os Estados fora do limite. O número foi para oito em 2002 e caiu para sete em 2004. Goiás, Maranhão, Minas e Rio já estiveram entre os grandes devedores.
Mesmo o Rio Grande do Sul, que ainda está endividado, vem cumprindo as metas intermediárias de redução da dívida fixadas pelo Senado. Segundo Khair, o Estado teria de chegar a dezembro de 2006 com dívida equivalente a 254,85% de sua receita. Os dados do Tesouro Nacional até agosto mostram um percentual de 250%.
Alagoas ainda terá de fazer um esforço. A meta do Estado para o fim do ano passado é de 205,71%, mas dados acumulados até agosto põem a dívida em 212% da receita.


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