São Paulo, sexta-feira, 09 de janeiro de 2009

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Painel

RANIER BRAGON (Interino) - painel@uol.com.br

Lula: "Jornais estão obsoletos"

Mais do que "sentir azia" quando exposto diretamente ao noticiário, o presidente Lula acha também que os jornais estão "obsoletos" e diz confiar mais nas informações de assessores do que naquilo que sai publicado. As declarações fazem parte de trechos inéditos da entrevista à revista "Piauí" deste mês. A Presidência divulgou o que diz ser a íntegra da conversa.
"É muito melhor ficar na mão de um assessor em quem eu confio do que na mão de um artigo. (...) Prefiro alguém que eu recruto, da maior seriedade, e que me dá as informações corretas", afirma Lula, que ressalta o papel da internet: "Alguns companheiros da imprensa não descobriram isso porque continuam agindo como se estivessem 40 anos atrás".



Em off. Em outro trecho, Lula afirma considerar "promíscua" a relação entre políticos e jornalistas baseada no anonimato da fonte. "Você passa a ser uma espécie de informante privilegiado. (...) O cara [a fonte] planta laranja para colher manga."

Mágoa. Lula também manifestou contrariedade com José Dirceu pela entrevista, à mesma revista, em que o ex-ministro teria criticado um de seus filhos. "Eu acho uma loucura alguém que exerce um cargo público ficar uma semana totalmente desnudado diante de uma jornalista."
Dirceu nega ter se referido ao filho do presidente.

0 a 0. A criação de um adicional aos servidores da Câmara que fazem cursos, ao custo anual de R$ 60 mi, joga por terra toda a economia com o pagamento de horas extras do ano passado, feito que o presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), não se cansa de propagandear.

De bem. De saída, Chinaglia ainda fez um mimo a Aldo Rebelo (PC do B-SP), hoje seu opositor internamente. Foi remontada na Casa a galeria dos "Construtores do Brasil", idealizada pelo antecessor.

A fila anda. A ida de Leonardo Picciani (PMDB) para o governo do Rio promoverá uma dança de cadeiras: dois suplentes, Rodrigo Bethlem (PMDB) e Fernando William (PMN), continuarão secretários municipais. A vaga irá para Paulo Rattes (PMDB).

Precursor. Em documento enviado ao Congresso no final do ano sobre a visita que fez ao Irã em novembro, o chanceler Celso Amorim, que embarca hoje para o Oriente Médio, diz que entregou ao presidente Mahmoud Ahmadinejad carta em que Lula "expressa o interesse brasileiro de aprofundar as relações bilaterais, particularmente na vertente econômico-comercial, e menciona a possibilidade de troca de visitas presidenciais no futuro".

Classificados. Emissários do ex-prefeito de BH Fernando Pimentel, o deputado Miguel Correa e o atual vice-prefeito, Roberto Carvalho, ambos petistas, procuraram o chefe-de-gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, pedindo uma vaga para o mineiro na Esplanada. Disseram que falta uma vitrine a ele para concorrer ao governo em 2010.

Prévias. Pimentel mede forças com Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) na disputa pela vaga. "Nosso projeto afirma o compromisso histórico do PT. Do outro lado está a visão mais pragmática, da realpolitik", diz o ministro, em alusão à aliança de Pimentel com Aécio Neves (PSDB).

Boquinha. O governador Roberto Requião (PMDB-PR) arrumou um jeito de driblar a lei antinepotismo e mandará o irmão, Eduardo, para chefiar a representação do Estado em Brasília. Ele teve de deixar a administração dos Portos de Paranaguá.

Estreia. Depois de romper com a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), o vice, Tin Gomes (PHS), será investigado pelo Ministério Público por ter saído férias já na primeira semana de trabalho.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"O MST se especializou em dar consultorias a países sul-americanos contra os interesses brasileiros. Depois do Mercosul e da Unasul, em breve teremos também o "MST Sul"".


Do deputado RAUL JUNGMANN (PPS-PE), sobre os contatos mantidos entre MST e o governo do Paraguai para rever o tratado de Itaipu.

Contraponto

Imagem é tudo

No início da campanha municipal, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), saía da inauguração do comitê de campanha do candidato do PMDB em Recife, Raul Henry, que tinha o apoio dos tucanos, quando engatou conversa com um jornalista cuja fisionomia lembra a do então candidato rival e hoje prefeito, João da Costa (PT).
Na porta do evento, um locutor de campanhas no Estado aguardava o tucano e se espantou com a semelhança. Resolveu se certificar, foi até a metade do caminho, mas, ainda em dúvida, declinou:
-Puxa senador, eu vim fazer uma proposta, mas agora percebi que houve uma reviravolta na eleição...


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