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BAHIA
Autor pode ser punido com prisão
Brindeiro vê fraude em escuta de Geddel
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, disse que a
escuta telefônica no telefone celular do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) resultou de
"adulteração óbvia" de um ofício
da Justiça da Bahia e que os responsáveis poderão ser punidos
até mesmo com prisão.
Brindeiro afirmou que a Justiça
autorizou a escuta em cerca de 20
linhas telefônicas em determinada investigação sigilosa promovida pela Polícia Civil baiana e que,
no ofício judicial, foi incluído à
mão, na borda direita, o número
do celular de Geddel.
A Polícia Federal já instaurou
inquérito para apurar o procedimento da polícia da Bahia, e o Ministério Público Federal indicou
um procurador para acompanhar
o caso. Para Brindeiro, os responsáveis poderão responder criminalmente por falsificação de documento público e realização de
grampo telefônico, ou seja, escuta
ilegal. "A adulteração é óbvia. Isso
é crime e pode gerar prisão."
Ele não quis comentar a suspeita de atuação do senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA), arquiinimigo político de Geddel.
Segundo Brindeiro, o delegado
que executou a ordem judicial
corre o risco de ser responsabilizado por crime porque não poderia ter admitido a inclusão à mão
de um telefone na relação apresentada pela Justiça nem promovido a escuta não autorizada.
Somente o STF (Supremo Tribunal Federal) pode autorizar a
escuta telefônica de deputados e
senadores, por causa do foro privilegiado, e a iniciativa caberia ao
próprio procurador-geral.
O deputado baiano afirmou que
já contratou um escritório de advocacia para processar cível e criminalmente os responsáveis.
Colaborou RANIER BRAGON, da Sucursal
de Brasília
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