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São Paulo, domingo, 09 de fevereiro de 2003

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BAHIA

Autor pode ser punido com prisão

Brindeiro vê fraude em escuta de Geddel

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, disse que a escuta telefônica no telefone celular do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) resultou de "adulteração óbvia" de um ofício da Justiça da Bahia e que os responsáveis poderão ser punidos até mesmo com prisão.
Brindeiro afirmou que a Justiça autorizou a escuta em cerca de 20 linhas telefônicas em determinada investigação sigilosa promovida pela Polícia Civil baiana e que, no ofício judicial, foi incluído à mão, na borda direita, o número do celular de Geddel.
A Polícia Federal já instaurou inquérito para apurar o procedimento da polícia da Bahia, e o Ministério Público Federal indicou um procurador para acompanhar o caso. Para Brindeiro, os responsáveis poderão responder criminalmente por falsificação de documento público e realização de grampo telefônico, ou seja, escuta ilegal. "A adulteração é óbvia. Isso é crime e pode gerar prisão."
Ele não quis comentar a suspeita de atuação do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), arquiinimigo político de Geddel.
Segundo Brindeiro, o delegado que executou a ordem judicial corre o risco de ser responsabilizado por crime porque não poderia ter admitido a inclusão à mão de um telefone na relação apresentada pela Justiça nem promovido a escuta não autorizada.
Somente o STF (Supremo Tribunal Federal) pode autorizar a escuta telefônica de deputados e senadores, por causa do foro privilegiado, e a iniciativa caberia ao próprio procurador-geral.
O deputado baiano afirmou que já contratou um escritório de advocacia para processar cível e criminalmente os responsáveis.


Colaborou RANIER BRAGON, da Sucursal de Brasília



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