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Alencar diz que "toparia" ser vice de Patrus
Predileção de vice por petista complica disputa entre pré-candidatos ao governo mineiro; PMDB reage
RANIER BRAGON
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Homenageado ontem pelo
PT, que lhe nomeou "militante
honorário" da legenda, o vice-presidente José Alencar (PRB)
afirmou em Belo Horizonte
que fará "de tudo" para dar continuidade ao governo Lula e, caso encabece uma eventual chapa em Minas Gerais, manifestou clara simpatia em ter como
parceiro de palanque o ministro Patrus Ananias (PT).
As declarações de Alencar jogaram mais lenha da disputa
interna do PT mineiro, rachado
entre os grupos de Patrus e do
ex-prefeito Fernando Pimentel, os dois pré-candidatos ao
governo de Minas. "Ao lado do
Patrus, como seu vice, eu toparia qualquer coisa", declarou
Alencar durante homenagem
que recebeu na Câmara Municipal, minutos depois de ouvir
de Patrus: "Por onde você for,
mestre, quero ser seu par".
Nas últimas semanas, o nome de Alencar surgiu como
possível "solução" para o racha
no PT mineiro, já que sua candidatura, em tese, poderia unificar Patrus, Pimentel e o
PMDB do ministro Hélio Costa, que hoje lidera as pesquisas
ao governo de Minas.
Mas os desdobramentos de
ontem mostraram que esse cenário está longe de ser real. Logo após as declarações de Alencar, Pimentel deu entrevista
afirmando que o PT não trabalha com a hipótese da candidatura do vice-presidente. "Essa
hipótese está afastada."
Em Brasília, lideranças nacionais peemedebistas reagiram à "solução unificadora"
chamando-a de "manobra improvisada" e "firula" inventada
pelo PT. "Com todo o respeito
ao Alencar, que hoje é uma unanimidade nacional, querer improvisar agora uma solução
desse tipo é um pouco demais",
afirmou o líder do PMDB na
Câmara, Henrique Alves (RN).
"Isso nós não aceitamos. Temos que respeitar a figura do
José Alencar, mas nós não o
aceitamos como condutor do
processo sucessório em Minas
Gerais, reforçou o deputado
Eduardo Cunha (RJ).
Alencar também se encontrou com o governador Aécio
Neves (PSDB). Na saída, afirmou que a decisão sobre sua
candidatura será tomada após
exames médicos que fará em
março. Ele luta contra câncer
na região abdominal. "Estou
muito bem. Mas temos um exame muito importante em 16 e
17 de março e, antes disso, não
tomo nenhuma decisão."
A condição colocada por
Alencar para uma eventual
candidatura em Minas é que o
palanque não esteja rachado.
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