São Paulo, terça-feira, 09 de fevereiro de 2010

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Alencar diz que "toparia" ser vice de Patrus

Predileção de vice por petista complica disputa entre pré-candidatos ao governo mineiro; PMDB reage

RANIER BRAGON
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Homenageado ontem pelo PT, que lhe nomeou "militante honorário" da legenda, o vice-presidente José Alencar (PRB) afirmou em Belo Horizonte que fará "de tudo" para dar continuidade ao governo Lula e, caso encabece uma eventual chapa em Minas Gerais, manifestou clara simpatia em ter como parceiro de palanque o ministro Patrus Ananias (PT).
As declarações de Alencar jogaram mais lenha da disputa interna do PT mineiro, rachado entre os grupos de Patrus e do ex-prefeito Fernando Pimentel, os dois pré-candidatos ao governo de Minas. "Ao lado do Patrus, como seu vice, eu toparia qualquer coisa", declarou Alencar durante homenagem que recebeu na Câmara Municipal, minutos depois de ouvir de Patrus: "Por onde você for, mestre, quero ser seu par".
Nas últimas semanas, o nome de Alencar surgiu como possível "solução" para o racha no PT mineiro, já que sua candidatura, em tese, poderia unificar Patrus, Pimentel e o PMDB do ministro Hélio Costa, que hoje lidera as pesquisas ao governo de Minas.
Mas os desdobramentos de ontem mostraram que esse cenário está longe de ser real. Logo após as declarações de Alencar, Pimentel deu entrevista afirmando que o PT não trabalha com a hipótese da candidatura do vice-presidente. "Essa hipótese está afastada."
Em Brasília, lideranças nacionais peemedebistas reagiram à "solução unificadora" chamando-a de "manobra improvisada" e "firula" inventada pelo PT. "Com todo o respeito ao Alencar, que hoje é uma unanimidade nacional, querer improvisar agora uma solução desse tipo é um pouco demais", afirmou o líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN).
"Isso nós não aceitamos. Temos que respeitar a figura do José Alencar, mas nós não o aceitamos como condutor do processo sucessório em Minas Gerais, reforçou o deputado Eduardo Cunha (RJ).
Alencar também se encontrou com o governador Aécio Neves (PSDB). Na saída, afirmou que a decisão sobre sua candidatura será tomada após exames médicos que fará em março. Ele luta contra câncer na região abdominal. "Estou muito bem. Mas temos um exame muito importante em 16 e 17 de março e, antes disso, não tomo nenhuma decisão."
A condição colocada por Alencar para uma eventual candidatura em Minas é que o palanque não esteja rachado.


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