RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Conselho de Ética da Câmara aprovou ontem por unanimidade o relatório que pede a cassação do mandato do deputado federal André Luiz (sem partido-RJ), acusado de tentar extorquir R$ 4 milhões do empresário de jogos Carlos Cachoeira.
Foram 11 votos a favor do relatório do deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). A presidência da Câmara tem agora 40 dias para colocar o parecer em votação secreta no plenário da Câmara. A cassação só ocorre caso 257 dos 513 deputados votem a favor do parecer.
"Ninguém fica feliz com a possibilidade de um deputado que teve 91 mil votos perder o mandato, mas a Câmara tem que zelar pela honestidade", disse Chico Alencar (PT-RJ), do conselho.
Em outubro passado, a "Veja" publicou gravações que incriminariam o deputado. Em troca dos R$ 4 milhões, André Luiz teria afirmado nos diálogos que subornaria deputados estaduais da Assembléia do Rio para que eles amenizassem a situação de Cachoeira na CPI que o investigava.
Os advogados de André Luiz entraram no STF (Supremo Tribunal Federal) com um mandado de segurança pedindo mais prazo para a defesa do deputado. Na sessão do conselho, seus advogados questionaram a autenticidade da gravação e disseram que André Luiz não teve direito à ampla defesa. O deputado pode recorrer da decisão do conselho à Comissão de Constituição e Justiça.


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