São Paulo, quinta-feira, 09 de março de 2006

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Ex-funcionária confirma fraude em prefeitura

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ex-chefe da Seção de Obras Gerais da Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) Marilene do Nascimento Falsarella confirmou ontem, em depoimento à CPI dos Bingos, que adulterava planilhas de medição de serviços que teriam provocado pagamentos superfaturados para empresa de lixo Leão Leão, de Ribeirão Preto (SP). A fraude teria resultado num pagamento irregular à empresa R$ 400 mil mensais entre 2001 e outubro de 2004 -o que projeta um prejuízo de R$ 17,2 milhões para a prefeitura.
"Era nessa planilha que se lavava [a saída do dinheiro]. Eram mais ou menos R$ 400 mil por mês, era muito dinheiro", disse a servidora, referindo-se à medição dos serviços de varrição.
Marilene disse que ela e outros funcionários alteravam os documentos por ordem do então chefe de divisão do Daerp (departamento de limpeza urbana) da Prefeitura de Ribeirão, Mauro Pereira Júnior, que depois teria pedido afastamento por não concordar com as fraudes.
O chefe, segundo ela, também teria sido obrigado a manipular os dados a pedido de sua superior, a chefe do Daerp Isabel Bordini, mulher do ex-assessor do ministro Antonio Palocci e hoje assessor do serviço de processamento de dados do governo Lula, Donizeti Rosa.
"O Mauro sempre contava que não concordava com o valor a maior, que não estava certo, mas era obrigado a fazer aquilo", disse Marilene.
A servidora contou que os funcionários do departamento ficavam "indignados" com as adulterações. "O comentário entre as pessoas era que era um absurdo colocar aquela quantia a maior. O serviço não foi feito", disse. (RV)


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