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Ex-funcionária confirma fraude em prefeitura
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ex-chefe da Seção de Obras
Gerais da Prefeitura de Ribeirão
Preto (SP) Marilene do Nascimento Falsarella confirmou ontem, em depoimento à CPI dos
Bingos, que adulterava planilhas
de medição de serviços que teriam provocado pagamentos superfaturados para empresa de lixo Leão Leão, de Ribeirão Preto
(SP). A fraude teria resultado
num pagamento irregular à empresa R$ 400 mil mensais entre
2001 e outubro de 2004 -o que
projeta um prejuízo de R$ 17,2
milhões para a prefeitura.
"Era nessa planilha que se lavava [a saída do dinheiro]. Eram
mais ou menos R$ 400 mil por
mês, era muito dinheiro", disse a
servidora, referindo-se à medição
dos serviços de varrição.
Marilene disse que ela e outros
funcionários alteravam os documentos por ordem do então chefe
de divisão do Daerp (departamento de limpeza urbana) da
Prefeitura de Ribeirão, Mauro Pereira Júnior, que depois teria pedido afastamento por não concordar com as fraudes.
O chefe, segundo ela, também
teria sido obrigado a manipular
os dados a pedido de sua superior,
a chefe do Daerp Isabel Bordini,
mulher do ex-assessor do ministro Antonio Palocci e hoje assessor do serviço de processamento
de dados do governo Lula, Donizeti Rosa.
"O Mauro sempre contava que
não concordava com o valor a
maior, que não estava certo, mas
era obrigado a fazer aquilo", disse
Marilene.
A servidora contou que os funcionários do departamento ficavam "indignados" com as adulterações. "O comentário entre as
pessoas era que era um absurdo
colocar aquela quantia a maior. O
serviço não foi feito", disse.
(RV)
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