FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A oposição protocolou requerimento com 37 assinaturas para prorrogar a CPI dos Bingos até o dia 27 de junho. Desistiu, porém, de tentar prorrogar a CPI dos Correios, sabendo que não conseguiria as assinaturas necessárias na Câmara. A CPI dos Correios termina em 10 de abril.
A oposição quer na CPI dos Bingos, principalmente, aprofundar as investigações sobre o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pagou uma dívida do petista com o partido.
O primeiro passo para a prorrogação é a apresentação do requerimento à Mesa do Senado, ou seja, o protocolo. O documento deve então ser lido pelo presidente da Casa, que ordenará sua publicação, no dia seguinte, no Diário Oficial do Senado. Os senadores arrependidos têm até a meia-noite do dia anterior à publicação para retirar o apoio ao documento.
Na CPI dos Correios, os parlamentares do PSDB e do PFL levaram em conta, para não insistir na prorrogação, o risco de a comissão acabar sem um relatório final, tendo em vista que, quanto mais perto das eleições, mais difícil seria a construção de um acordo para a votação do texto, devido ao acirramento da disputa política.
"Seria precipitado iniciar uma coleta de assinaturas na Câmara correndo o risco de sofrer uma derrota. Isso só seria feito em um ambiente favorável à prorrogação", afirmou o sub-relator de fundos de pensão, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), antes favorável à prorrogação da comissão.
Como a decisão era mais política do que técnica, a oposição se satisfez com a provável extensão da CPI dos Bingos.


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