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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Amigo de ocasião
Vencida pela base aliada na Câmara, a oposição
acredita contar com um elemento a seu favor na tentativa de transformar em mista a CPI do Apagão Aéreo: o mau humor do presidente do Senado com o Planalto. Esnobado por Lula na disputa interna do
PMDB, Renan Calheiros disse a tucanos e pefelistas
que nada fará para barrar a investigação.
É certo que essa disposição pode mudar ao menor
afago de Lula, mas a oposição espera aproveitar a janela de oportunidade. Além da CPI, quer ajuda para
desengavetar mais de 400 vetos presidenciais represados no Congresso. "Vamos ter de nos debruçar sobre esse problema", disse ontem o ressentido Renan.
Voláteis. Tão logo reeleito
para comandar o Conselho de
Ética da Câmara, Ricardo Izar
(PTB-SP) mudou de opinião e
votou contra a CPI do Apagão
Aéreo. O mesmo fez Leonardo Picciani (PMDB-RJ), presidente da CCJ, onde o pedido
de CPI será analisado.
Liberado. Feliz da vida com
a solenidade de nomeação de
Roseana Sarney (MA) para líder do governo no Congresso,
José Sarney (AP) respondeu
com bom-humor quando lhe
perguntaram se iria à convenção do PMDB no domingo,
quando seu adversário Michel
Temer será reeleito presidente: "A lei me isenta de votar.
Tenho mais de 70 anos".
Tô de mal. Enquanto rolava no Palácio do Planalto a
solenidade de nomeação dos
líderes do governo, inventada
por Lula exclusivamente para
dar uma satisfação a Sarney e
Renan, o presidente do Senado recebia representantes do
Rotary em seu gabinete.
Inflação. Um petista comenta o ressentimento com
Lula do grupo que perdeu a
parada no PMDB: "Com o
Sarney está resolvido. Mas o
Renan ainda vai custar caro".
O céu... Assegurado o Ministério da Integração Nacional para Geddel Vieira Lima
(BA), o PMDB de Michel Temer agora sonha emplacar o
deputado Eunício Oliveira,
(CE), ex-ministro das Comunicações, no Turismo.
...é o limite? Lula, porém,
tem dito em privado que a
bancada peemedebista da Câmara já está para lá de contemplada na Esplanada.
Espetáculo. Dando seqüência a seu processo de engorda, o PR, nascido do mensaleiro PL, prepara mais duas
filiações: o senador Edison
Lobão (MA), de saída do PFL,
e o prefeito de Florianópolis,
Dario Berger, ex-PSDB.
Verde-amarelo. Não será
apenas o álcool combustível
brasileiro que George W.
Bush vai conhecer melhor na
visita ao país. No almoço com
Lula será servido só vinho nacional, da marca Salton.
Menu. Já o cardápio tem
acento internacional: salada
de legumes com camarão rosa, filé ao molho de pimenta (à
parte, para os mais sensíveis)
e dacquoise de coco.
Salão B. Enquanto José
Serra almoça hoje com Lula e
Bush, Mônica, mulher do governador, fará o mesmo com
Marisa Letícia e Laura.
Dia da mulher 1. Blairo
Maggi (PR-MT) exonerou sua
mulher, Terezinha, da Secretaria de Assistência Social.
Não foi, porém, ato contra o
nepotismo. O governador saiu
de férias, levando Terezinha.
A mulher do vice assumirá a
pasta até a volta da titular.
Dia da mulher 2. Maggi
defende o emprego da mulher: "Imagine passar o dia
envolvido em problemas e
deixar a esposa sem fazer nada em casa. Faço o que com
ela? Ela precisa de ocupação".
Queda-de-braço. Em reunião com Paulo Bernardo, representantes do funcionalismo avisaram que não topam
nem iniciar discussão sobre
direito de greve. O ministro
do Planejamento respondeu
que tudo bem, mas que a regulamentação será enviada pelo
governo ao Congresso.
Tiroteio
"É a consagração internacional dos aloprados.
E o Departamento de Estado americano
mostra que Lula era o aloprado mais ilustre".
Do senador ÁLVARO DIAS (PSDB) sobre o relatório do governo dos EUA
sobre violações de direitos humanos no Brasil que cita a tentativa de
compra, pelo PT, de um dossiê contra tucanos na campanha de 2006.
Contraponto
Roque Santeiro
Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) sai pela tangente quando lhe perguntam sobre sua esperada nomeação para a
pasta da Integração Nacional. Anteontem, no percurso
entre o plenário da Câmara e seu gabinete, o deputado foi
parado 13 vezes por colegas que o saudaram como "ministro". Até um alfaiate conhecido na Casa o cumprimentou:
-Quero fazer o terno da posse!
No elevador, ao ouvir mais um "ministro", Geddel recorreu ao ex-titular dos Transportes Eliseu Padilha
(PMDB-RS), que estava ao seu lado:
-Ministro, aqui, só o Padilha. Eu, por enquanto, sou a
viúva Porcina: aquela que foi sem nunca ter sido!
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