São Paulo, sexta-feira, 09 de março de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Amigo de ocasião

Vencida pela base aliada na Câmara, a oposição acredita contar com um elemento a seu favor na tentativa de transformar em mista a CPI do Apagão Aéreo: o mau humor do presidente do Senado com o Planalto. Esnobado por Lula na disputa interna do PMDB, Renan Calheiros disse a tucanos e pefelistas que nada fará para barrar a investigação.
É certo que essa disposição pode mudar ao menor afago de Lula, mas a oposição espera aproveitar a janela de oportunidade. Além da CPI, quer ajuda para desengavetar mais de 400 vetos presidenciais represados no Congresso. "Vamos ter de nos debruçar sobre esse problema", disse ontem o ressentido Renan.

Voláteis. Tão logo reeleito para comandar o Conselho de Ética da Câmara, Ricardo Izar (PTB-SP) mudou de opinião e votou contra a CPI do Apagão Aéreo. O mesmo fez Leonardo Picciani (PMDB-RJ), presidente da CCJ, onde o pedido de CPI será analisado.

Liberado. Feliz da vida com a solenidade de nomeação de Roseana Sarney (MA) para líder do governo no Congresso, José Sarney (AP) respondeu com bom-humor quando lhe perguntaram se iria à convenção do PMDB no domingo, quando seu adversário Michel Temer será reeleito presidente: "A lei me isenta de votar. Tenho mais de 70 anos".

Tô de mal. Enquanto rolava no Palácio do Planalto a solenidade de nomeação dos líderes do governo, inventada por Lula exclusivamente para dar uma satisfação a Sarney e Renan, o presidente do Senado recebia representantes do Rotary em seu gabinete.

Inflação. Um petista comenta o ressentimento com Lula do grupo que perdeu a parada no PMDB: "Com o Sarney está resolvido. Mas o Renan ainda vai custar caro".

O céu... Assegurado o Ministério da Integração Nacional para Geddel Vieira Lima (BA), o PMDB de Michel Temer agora sonha emplacar o deputado Eunício Oliveira, (CE), ex-ministro das Comunicações, no Turismo.

...é o limite? Lula, porém, tem dito em privado que a bancada peemedebista da Câmara já está para lá de contemplada na Esplanada.

Espetáculo. Dando seqüência a seu processo de engorda, o PR, nascido do mensaleiro PL, prepara mais duas filiações: o senador Edison Lobão (MA), de saída do PFL, e o prefeito de Florianópolis, Dario Berger, ex-PSDB.

Verde-amarelo. Não será apenas o álcool combustível brasileiro que George W. Bush vai conhecer melhor na visita ao país. No almoço com Lula será servido só vinho nacional, da marca Salton.

Menu. Já o cardápio tem acento internacional: salada de legumes com camarão rosa, filé ao molho de pimenta (à parte, para os mais sensíveis) e dacquoise de coco.

Salão B. Enquanto José Serra almoça hoje com Lula e Bush, Mônica, mulher do governador, fará o mesmo com Marisa Letícia e Laura.

Dia da mulher 1. Blairo Maggi (PR-MT) exonerou sua mulher, Terezinha, da Secretaria de Assistência Social. Não foi, porém, ato contra o nepotismo. O governador saiu de férias, levando Terezinha. A mulher do vice assumirá a pasta até a volta da titular.

Dia da mulher 2. Maggi defende o emprego da mulher: "Imagine passar o dia envolvido em problemas e deixar a esposa sem fazer nada em casa. Faço o que com ela? Ela precisa de ocupação".

Queda-de-braço. Em reunião com Paulo Bernardo, representantes do funcionalismo avisaram que não topam nem iniciar discussão sobre direito de greve. O ministro do Planejamento respondeu que tudo bem, mas que a regulamentação será enviada pelo governo ao Congresso.

Tiroteio

"É a consagração internacional dos aloprados. E o Departamento de Estado americano mostra que Lula era o aloprado mais ilustre". Do senador ÁLVARO DIAS (PSDB) sobre o relatório do governo dos EUA sobre violações de direitos humanos no Brasil que cita a tentativa de compra, pelo PT, de um dossiê contra tucanos na campanha de 2006.

Contraponto

Roque Santeiro

Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) sai pela tangente quando lhe perguntam sobre sua esperada nomeação para a pasta da Integração Nacional. Anteontem, no percurso entre o plenário da Câmara e seu gabinete, o deputado foi parado 13 vezes por colegas que o saudaram como "ministro". Até um alfaiate conhecido na Casa o cumprimentou:
-Quero fazer o terno da posse!
No elevador, ao ouvir mais um "ministro", Geddel recorreu ao ex-titular dos Transportes Eliseu Padilha (PMDB-RS), que estava ao seu lado:
-Ministro, aqui, só o Padilha. Eu, por enquanto, sou a viúva Porcina: aquela que foi sem nunca ter sido!


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