São Paulo, sexta-feira, 09 de março de 2007

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Protestos contra norte-americano se espalham pelo país

Governador do Maranhão veste boné do MST e enforca boneco de Bush; manifestações ocorreram em 17 Estados

Lojas do McDonald's são atacadas e bandeiras dos EUA, queimadas; celebração do Dia Internacional da Mulher incorpora protestos


DA AGÊNCIA FOLHA

Lojas do McDonald's atacadas, bandeiras dos EUA queimadas, bonecos de George W. Bush enforcados. Além da manifestação na Paulista (SP), pelo menos 17.500 pessoas foram às ruas em 17 Estados do país ontem para protestar contra a chegada do presidente norte-americano a São Paulo.
Em São Luís (MA), o governador Jackson Lago (PDT), usando um boné do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), participou do enforcamento de um boneco representando Bush.
A manifestação, assim como no resto do Brasil, também celebrou o Dia Internacional da Mulher. Lago afirmou que a data simbolizava a "crueldade e a dureza do grande capital estrangeiro no país e a luta das mulheres por seus direitos".
Mesmo longe da capital paulista, como em Goiânia (GO), manifestantes ligados à Via Campesina e ao MST elegeram as lojas do Wal-Mart e do McDonald's como alvos.
Cerca de 800 pessoas atiraram tomates na lanchonete. Durante uma passeata, foi enforcado e queimado um boneco de Bush. No hipermercado, o protesto foi contra alimentos transgênicos e o uso de agrotóxicos em lavouras.
Na Bahia, 3.500 pessoas participaram de uma caminhada no centro de Salvador. Com um trio elétrico para animar o público, o protesto, comandado pelo Grupo Gay da Bahia, começou com a queima de três bonecos representando o presidente americano. Os cartazes diziam "Fora Bush, abaixo o imperialismo americano machista e homofóbico".
No Ceará, 600 pessoas ficaram em frente a uma loja do McDonald's de Fortaleza distribuindo tapioca e exibindo uma faixa "Bush, inimigo número um da humanidade".
Em Manaus (AM), 200 estudantes usaram máscaras de Bush com o bigode de Hitler e levaram faixas contrárias ao presidente como "Bush, tira as patas do Iraque". Dois turistas de Seattle (EUA) se juntaram ao coro de "Fora Bush".
Já na capital do Rio Grande do Sul, estudantes e sem-terra queimar bandeiras dos EUA e um boneco de Bush na frente de uma agência do Citibank. A manifestação não poupou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para os estudantes, Lula é "amigo" de Bush.
Em Belém (PA), a mobilização teve como lema "Mulheres da Amazônia contra o imperialismo e em defesa de seus direitos". Cerca de 1.500 pessoas levaram para a marcha um bode ao qual deram o nome do presidente norte-americano.
Na Paraíba e em Mato Grosso, houve protestos contra o avanço da fronteira agrícola da cana-de-açúcar -um dos temas da visita de Bush.
Em Belo Horizonte (MG), os manifestantes fizeram uma passeata até o Palácio da Liberdade (sede do governo estadual), onde vaiaram Bush.
Em Alagoas, Sergipe, Piauí, Espírito Santo e Paraná, também houve atos anti-Bush.
Em Recife (PE), os manifestantes queimaram um boneco que do presidente dos EUA, mas não conseguiram jogar tinta vermelha no Consulado norte-americano. A PM montou barreiras na rua, a 50 metros da representação diplomática.
No Rio de Janeiro, cerca de 400 pessoas, incluindo estudantes e militantes de PSTU e PSOL, cercaram com uma corda o Consulado americano, no centro do Rio. Eles jogaram um saco plástico com tinta vermelha em um segurança.


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