São Paulo, sexta-feira, 09 de março de 2007

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Base impede CPI e abre crise com oposição

Liderados pelo PT, governistas votam contra comissão, que tem crise aérea como alvo; para Chinaglia, confronto pode ameaçar PAC

Opositores prometem ir ao STF para reverter situação; "Não vamos votar mais nada. Estamos em obstrução", disse o líder do PSDB, Pannunzio


LETÍCIA SANDER
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Liderados pelo PT, os partidos governistas impediram que a CPI do Apagão Aéreo fosse instalada ontem na Câmara e provocaram um clima de acirramento inédito com a oposição nesta legislatura.
O presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), admitiu que, persistindo o confronto, a votação das propostas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), prioridade do governo Lula no segundo mandato, "seguramente" vai atrasar.
A oposição promete entrar na segunda com um recurso no Supremo para tentar reverter a decisão. Em outra frente, dará início à coleta de assinaturas para, se necessário, criar outra CPI, desta vez incluindo o Senado, onde têm maioria.
"Não vamos votar mais nada. Estamos em obstrução. Até ser criada a CPI, nos negamos a aprovar qualquer tema", disse o líder do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP). "O governo quer que a Câmara se transforme em um Parlamento chavista. Isso não vamos aceitar."
Os governistas chegaram a cogitar a possibilidade de um acordo com a oposição. Mas em reunião com o ministro Tarso Genro avaliaram que tinham número suficiente para vencer a oposição e derrubar, em plenário, a instalação da CPI.
Por 261 votos a favor e 46 contra, as legendas aliadas conseguiram suspender a instalação da CPI até que a Comissão de Constituição e Justiça julgue se há "fato determinado" para as investigações. Ciente da derrota, a oposição se retirou do plenário, sem votar.
O relator do caso na CCJ será o deputado Colbert Martins (PMDB-BA), um governista. Ontem, ele votou em plenário contra a criação da CPI.
A CPI pretende apurar a queda do avião da Gol e a crise nos aeroportos. Mas o PT teme que as investigações recaiam sobre acusações como superfaturamento de obras em aeroportos.
Chinaglia deixou claro que, se a oposição persistir com o acirramento, ele revidará. "A minha tolerância é decorrente da harmonia. Eu não trabalho com a idéia do conflito, eu trabalho com a idéia da Câmara produzir o melhor para o país. Conforme as circunstâncias, a gente vai agir."


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