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Base impede CPI e abre crise com oposição
Liderados pelo PT, governistas votam contra comissão, que tem crise aérea como alvo; para Chinaglia, confronto pode ameaçar PAC
Opositores prometem ir ao STF para reverter situação; "Não vamos votar mais nada. Estamos em obstrução", disse o líder do PSDB, Pannunzio
LETÍCIA SANDER
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Liderados pelo PT, os partidos governistas impediram que
a CPI do Apagão Aéreo fosse
instalada ontem na Câmara e
provocaram um clima de acirramento inédito com a oposição nesta legislatura.
O presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), admitiu
que, persistindo o confronto, a
votação das propostas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), prioridade do governo Lula no segundo mandato, "seguramente" vai atrasar.
A oposição promete entrar
na segunda com um recurso no
Supremo para tentar reverter a
decisão. Em outra frente, dará
início à coleta de assinaturas
para, se necessário, criar outra
CPI, desta vez incluindo o Senado, onde têm maioria.
"Não vamos votar mais nada.
Estamos em obstrução. Até ser
criada a CPI, nos negamos a
aprovar qualquer tema", disse o
líder do PSDB, Antonio Carlos
Pannunzio (SP). "O governo
quer que a Câmara se transforme em um Parlamento chavista. Isso não vamos aceitar."
Os governistas chegaram a
cogitar a possibilidade de um
acordo com a oposição. Mas em
reunião com o ministro Tarso
Genro avaliaram que tinham
número suficiente para vencer
a oposição e derrubar, em plenário, a instalação da CPI.
Por 261 votos a favor e 46
contra, as legendas aliadas conseguiram suspender a instalação da CPI até que a Comissão
de Constituição e Justiça julgue se há "fato determinado"
para as investigações. Ciente da
derrota, a oposição se retirou
do plenário, sem votar.
O relator do caso na CCJ será
o deputado Colbert Martins
(PMDB-BA), um governista.
Ontem, ele votou em plenário
contra a criação da CPI.
A CPI pretende apurar a queda do avião da Gol e a crise nos
aeroportos. Mas o PT teme que
as investigações recaiam sobre
acusações como superfaturamento de obras em aeroportos.
Chinaglia deixou claro que,
se a oposição persistir com o
acirramento, ele revidará. "A
minha tolerância é decorrente
da harmonia. Eu não trabalho
com a idéia do conflito, eu trabalho com a idéia da Câmara
produzir o melhor para o país.
Conforme as circunstâncias, a
gente vai agir."
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