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Pagamento está na lei, diz procurador-geral
DA REPORTAGEM LOCAL
O procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Rodrigo Pinho, afirmou que a
"distorção" existe porque a lei
define o pagamento de diárias.
"O pagamento decorre da lei.
Nós tivemos o cuidado de não
aumentar o valor da diária.
Congelamos num valor que é
menor do que o fixado em lei",
afirmou Pinho.
Pela Lei Orgânica Estadual,
de 1993, o valor da ajuda de custo deveria representar um trigésimo do vencimento do cargo, o que daria atualmente pelo
menos R$ 600.
Para o procurador-geral, que
deixará o cargo no próximo dia
28, a solução seria abrir concurso público.
"A forma de corrigir essa distorção é o preenchimento de
todos os cargos vagos existentes na instituição. Em outubro
de 2007, foi encaminhada ao
Órgão Especial uma proposta
de abertura de concurso público", afirmou.
Segundo o procurador-geral,
há 251 cargos vagos no Ministério Público do Estado de São
Paulo, sendo 101 de promotores substitutos, 34 de promotores de entrância inicial, 17 de
entrância intermediária e 99 de
entrância final.
O órgão tem hoje 201 procuradores e 1.621 promotores.
Procurado há duas semanas
pela reportagem, o Tribunal de
Justiça de São Paulo não forneceu informações específicas sobre o pagamento de diárias.
Em nota enviada à Redação
na noite de sexta-feira, informou que "por ora não há informação disponível sobre o número de magistrados que receberam diárias em dezembro de
2007 [mês dado como referência pela reportagem] e dos valores pagos".
Informou ainda que o valor
da diária é fixado pelo artigo 4º
da Lei Complementar nº 234,
de 1980.
Procurado pela reportagem,
o promotor Marcelo Santos
Nunes, titular de Santo André
(ABC paulista), que recebeu
diárias mesmo para cidades vizinhas, afirmou que se trata de
um direito previsto em lei.
"A diária não é só para moradia e alimentação. Na verdade,
não tem uma destinação específica", afirmou Nunes, que não
aceitou falar qual a destinação
específica dada à verba.
Nunes afirmou que qualquer
outra informação teria de ser
prestada pela Procuradoria Geral. "Ligue lá, eles têm todas as
informações", afirmou após ser
questionado sobre há quantos
meses recebe diárias.
Os demais promotores não
foram localizados pela reportagem. A assessoria do Ministério
Público não forneceu os respectivos telefones.
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