São Paulo, segunda-feira, 09 de março de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

"Fui vítima disso"

Além de pedir ao ministro da Justiça que coloque a PF para investigar a denúncia de que Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) teria sido espionado, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), solicitará à Procuradoria Geral da República que indique um membro do Ministério Público para acompanhar o caso e "garantir a autonomia" da apuração.
Um dos alvos das acusações de corrupção que Jarbas vem dirigindo a correligionários, Sarney diz que "a questão não é este ou aquele senador, mas a instituição". A denúncia, segundo ele "gravíssima", "precisa ser tirada a limpo". "Já fui vítima disso uma vez", completa Sarney, referindo-se a episódio ocorrido na campanha de 2006 para o governo do Maranhão.



Balão. Sarney fala apenas na questão institucional. Mas outros desafetos de Jarbas no PMDB dizem que o gesto do presidente do Senado esvaziará o discurso sobre a suspeita de arapongagem que o pernambucano fará amanhã.

Por fora. O retorno de Ciro Gomes é visto com ceticismo no Planalto. Ali, o deputado do PSB só voltará a entrar nos cálculos se Lula optar pela estratégia de ter duas candidaturas da base em 2010. Hoje, esse pensamento não existe.

Pacote. O PT acredita ter Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB, bem amarrado ao barco de Dilma Rousseff. Se ele se comportar, o petista João Paulo disputará o Senado, facilitando a reeleição de Campos. Se este lançar Ciro ao Planalto ou flertar com os tucanos, terá de enfrentar o popular ex-prefeito de Recife.

Quem diria 1. No Rio Grande do Sul, palco no passado dos mais duros embates dentro do PT, o partido deve dispensar prévias, escolhendo por acordo seu candidato ao governo, provavelmente o ministro Tarso Genro (Justiça).

Quem diria 2. O otimismo no PT gaúcho é tanto que se considera possível até atrair o PMDB, oferecendo a Germano Rigotto uma das vagas na chapa para o Senado. Falta convencer o PMDB a não ter candidato ao governo.

É guerra. Já Minas "é o novo Rio Grande do Sul", nas palavras de um petista. Ali haverá prévia e das boas. O ex-prefeito de BH Fernando Pimentel e o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) começam em breve a rodar o Estado em plenárias. A ideia é tentar realizar a escolha ainda neste ano, para dar tempo de fechar as feridas.

Dona Flor. Os arquirrivais Pimentel e Patrus dividirão a mesa num debate sobre a crise em BH no dia 23. Entre os dois estará Dilma Rousseff.

Prospecção. Levado pelo deputado petebista Alex Canziani, o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), teve conversa com Roberto Jefferson sobre a possibilidade de o PTB apoiá-lo na disputa pelo governo do Paraná. Richa ainda tem que se livrar do senador Álvaro Dias, outro tucano que postula a candidatura.

É... O PSDB tem dois discursos distintos no caso dos afastamentos promovidos pelo TSE. Nacionalmente, a partir do caso de Cássio Cunha Lima (PB), o partido defende a realização de nova eleição, questionando a legitimidade de pôr no cargo alguém que foi rejeitado no segundo turno.

...ou não é? Já em Londrina, o tucano Luiz Carlos Hauly, segundo colocado na eleição vencida por Antonio Belinati, buscou na Justiça o direito de herdar a prefeitura depois da cassação do candidato do PP. Há nova eleição marcada para o dia 29 na cidade paranaense. Hauly é ameaçado por Barbosa Neto (PDT).

Já era. Apesar de declarações públicas otimistas de uma ou outra autoridade, o governo já não vê nenhuma possibilidade de ressuscitar a reforma tributária, dado o ritmo da queda da arrecadação.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Zé Aníbal se esqueceu de pensar em "reciclagem" quando mudou o estatuto para se eleger líder novamente."

Do deputado ANTONIO CARLOS PANNUNZIO (PSDB-SP) sobre o correligionário José Aníbal, que removeu desafetos de comissões da Câmara e, diante da grita, disse que os deputados têm de "se reciclar".

Contraponto

Calor desumano

Na quinta-feira passada, com o termômetro nas alturas em São Paulo, José Serra e comitiva se mandaram para Santana de Parnaíba, município próximo da capital, onde os aguardava a inauguração de uma escola técnica.
Num recinto sem ar-condicionado nem ventilador, discursaram o secretário estadual do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, e o prefeito da cidade. Derretendo, o governador aguardava sua vez. Quando chegou, ele começou com as palavras de praxe:
-Quero agradecer esta calorosa recepção...
E emendou, enxugando o suor:
-Aliás, calorosa em todos os sentidos!


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