São Paulo, Terça-feira, 09 de Março de 1999 |
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PAINEL A briga política... ""Agora, o jogo se inverte", diz um cacique da base aliada, afirmando que os partidos passarão a cobrar mais duramente resultados econômicos de FHC. Aprovando a CPMF nesta semana, os aliados acham que terão dado tudo o que o governo pediu para enfrentar a crise cambial. ...vai esquentar É verdade que há uma descrença entre os aliados quanto à possibilidade de FHC voltar a recuperar o real e a popularidade, mas o endurecimento do discurso dos parceiros terá endereço certo: o jogo de pressão para preencher cargos de 2º escalão. Canoa grande Pitta trabalhou para que o PPB não suspendesse os vereadores Hanna Garib e Vicente Viscome, acusados de liderar a máfia dos fiscais na cidade de São Paulo. Seu líder na Câmara, Brasil Vita, e o tesoureiro de sua campanha, Jorge Yunes, entraram em campo. Garib e Viscome podem comprometer muita gente. Disputa infindável O Idec e a Febraban travam uma batalha de bastidores no STJ. Os bancos, que têm perdido ações pela reposição das perdas de 42,7% do Plano Verão (89), argumentam que não há relação de consumo entre eles e quem tem caderneta de poupança. Bolsa de apostas O nome do secretário Andrea Matarazzo (Comunicação de Governo) voltou a circular ontem como opção para substituir Joel Rennó na Petrobrás. Tem experiência empresarial e é amigo de David Zylbersztajn (ANP). Chegou a conta Os cinco governadores encarregados de fazer um relatório sobre a Lei Kandir se reúnem hoje na casa de Roseana Sarney (MA), em Brasília. Para fechar o texto final. Tasso (CE), Almir Gabriel (PA), Roriz (DF), Zeca do PT (MS) e a anfitriã vão pedir compensação igual às perdas. Negócio da China Exemplo de perda provocada pela Lei Kandir a ser citado no relatório dos governadores: antes dela, a Companhia Vale do Rio Doce recolhia R$ 7 mi de imposto por mês ao governo do Pará. Depois, apenas R$ 300 mil. Começar de novo A Comissão Especial da Reforma Tributária deve ser instalada nesta semana, com Germano Rigotto (PMDB-RS) na presidência e Mussa Demes (PFL-PI) reassumindo a relatoria. Os líderes partidários na Câmara devem indicar os membros hoje. Imagine só No Planalto, ouve-se que Gustavo Franco foi envenenado pela versão de que FHC estaria colocando nele o fracasso da política cambial anterior. Seria a razão do discurso duro do ex-presidente do Banco Central, ontem, em relação a FHC. No governo, há gente que jura que o presidente adora pôr a culpa nos outros. Relação difícil FHC e Gustavo Franco precisam se entender. O primeiro diz que a desvalorização não foi opção sua, mas uma imposição do mercado. O segundo, que FHC cedeu a quem bombardeava a política econômica anterior, especialmente dentro do governo. Eu me amo Piada espalhada pelos adversários de Gustavo Franco, ontem, em Brasília, sobre o discurso do ex-presidente do BC na posse do atual, Armínio Fraga: ""Ele bateu em todo o mundo. Só poupou Deus. Falta-lhe autocrítica". Mui amiga O MST esperava que Jungmann (Política Fundiária) e Cláudia Costin (Administração) saíssem de um evento ontem em Recife. Com a popularidade de FHC em baixa, ela disse: ""Vai na frente, leva a vaia, que depois eu vou". A sorte foi que os sem-terra tinham esparadrapo na boca. Avanço A cárie ou a perda de dentes de crianças entre 6 e 12 anos caiu 53% nos últimos dez anos, revela pesquisa da Associação Brasileira de Odontologia a ser divulgada em congresso internacional, semana que vem, em Brasília. TIROTEIO De Henrique Eduardo Alves (RN), vice-líder do PMDB na Câmara, sobre o governo ter subido os juros para 45% na semana passado ao mesmo tempo em que os políticos pedem a queda da taxa: - O presidente diz que não pode baixar os juros por decreto. Mas apenas uma pergunta: por que sempre pode aumentá-los por decreto? CONTRAPONTO Corda em casa de enforcado Em busca de votos para a aprovação da CPMF, o imposto do cheque, o ministro Pedro Malan (Fazenda) gastou muita saliva tentando convencer deputados. Malan se reuniu com as bancadas de cada partido da base governista, separadamente. A última reunião foi com a do PMDB, na quarta passada. O encontro ocorreu na sala da Comissão de Constituição e Justiça, e o ministro sentou na cadeira que é normalmente ocupada pelo presidente da comissão. Atrás dele, havia um sugestivo painel retratando Tiradentes, o herói da Inconfidência Mineira. O detalhe não passou despercebido a Luiz Bittencourt (GO), que resolveu provocar: - A CPMF é mais um tributo nas costas da população. O sr. não teme uma reação como a que houve contra a derrama? Inadvertidamente, Malan levou a mão ao pescoço, antes de responder, sem perder a fleuma: - Espero que a reação não seja tão forte! E-mail: painel@uol.com.br Próximo Texto: Juiz pede ao Supremo para investigar Iris e Maguito Índice |
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