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Ruth Cardoso fala em cerimônia pelo Dia da Mulher, em Brasília

DANIELA FALCÃO
ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília

O secretário de Estado dos Direitos Humanos, José Gregori, comparou o estado de ânimo do Brasil às mulheres, porque ambos "passam facilmente da euforia à depressão".
A comparação foi feita durante a cerimônia de comemoração do Dia Internacional da Mulher, ontem. Segundo Gregori, o país está passando por um período de "dúvidas existenciais" e de incerteza sobre o futuro por causa da crise.
"Estamos vivendo uma encruzilhada em que o núcleo pensante questiona se o país é viável. Eu acho que é", afirmou.
Embora a cerimônia fosse sobre o Dia Internacional da Mulher, quase todos falaram sobre a crise financeira.
A presidente do CNDM (Conselho Nacional dos Direitos da Mulher), Rosiska de Oliveira, afirmou que as mulheres são mais prejudicadas pela crise porque sofrem discriminação no trabalho.
"As mulheres ainda recebem pelo mesmo trabalho metade do salário pago aos homens. Em momentos de crise, é imperativo o combate a essas desigualdades econômicas."
A primeira-dama Ruth Cardoso também criticou as desigualdades que ainda existem no mercado de trabalho. "Não podemos fechar os olhos para as discriminações. As mulheres recebem metade do salário dos homens e ninguém se revolta."
O governador de Minas, Itamar Franco, convocou as mulheres para protestar.
""Chega a hora não só da ternura da mulher, mas da coragem da mulher de abrir as portas, as janelas para que o Brasil não continue através de alguns homens que nos governam nessa miopia de ordem econômica, social e política", disse ele, em ato de apoio de mulheres, no Palácio da Liberdade.