São Paulo, Terça-feira, 09 de Março de 1999
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NO AR
Saco de maldades

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Gustavo Franco já abriu seu saco de maldades, em discurso na Globo News, omitindo André Lara Resende e Pérsio Arida da lista dos "pioneiros" do Plano Real. Embora os dois lá estivessem desde o início, como admitiu depois.
O saco de maldades, aliás, já se anunciou como tal ao prometer "fala longa, mas não monótona". Monótona não foi. Como um Eurico Miranda das finanças, bairrista e vascaíno que é, Franco atacou seus supostos inimigos:
- Os campineiros enfurecidos... Alguns veículos de imprensa especializados em ver o lado ruim das coisas... Fiesp, aquela torre negra, aquele monumento ao Custo Brasil, sob a égide de seu presidente, doutor Horácio Lafer Piva.
E lembrou os seus velhos companheiros de luta:
- Um comentarista de costumes, diretor de cinema, Arnaldo Jabor... Não poderia deixar de agradecer o apoio que tive do doutor Antônio Carlos Magalhães...
Não faltou nem uma citação de "Tudo que É Sólido Desmancha no Ar", outro "monumento", mas do pós-modernismo mais kitsch. É o que o envelhecido Gustavo Franco leva para casa em seu "saco de maldades", seis anos depois.

Entre os alvos do discurso estavam ainda "os grandes economistas gringos sem clientela no Brasil", entre os quais, supõe-se, Paul Krugman.
Krugman estava domingo à noite, no telejornal da rede pública americana, PBS, dizendo que depois de Japão, Coréia, Brasil etc., a recessão pode muito bem estar chegando aos EUA. País onde, supõe-se, ele tem sua maior "clientela".

Falta muito para o 1º de Maio, mas o ministro do Trabalho, o malufista Francisco Dornelles, já vai avisando na Globo que o reajuste do salário mínimo será o menor possível; aliás, que pode muito bem não ocorrer reajuste nenhum.

E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br


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