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NO AR
Saco de maldades
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
Gustavo Franco já abriu
seu saco de maldades, em discurso na Globo News, omitindo André Lara Resende e Pérsio Arida da lista dos "pioneiros" do Plano Real. Embora os
dois lá estivessem desde o início, como admitiu depois.
O saco de maldades, aliás, já
se anunciou como tal ao prometer "fala longa, mas não
monótona". Monótona não
foi. Como um Eurico Miranda
das finanças, bairrista e vascaíno que é, Franco atacou
seus supostos inimigos:
- Os campineiros enfurecidos... Alguns veículos de imprensa especializados em ver o
lado ruim das coisas... Fiesp,
aquela torre negra, aquele
monumento ao Custo Brasil,
sob a égide de seu presidente,
doutor Horácio Lafer Piva.
E lembrou os seus velhos
companheiros de luta:
- Um comentarista de costumes, diretor de cinema, Arnaldo Jabor... Não poderia
deixar de agradecer o apoio
que tive do doutor Antônio
Carlos Magalhães...
Não faltou nem uma citação
de "Tudo que É Sólido Desmancha no Ar", outro "monumento", mas do pós-modernismo mais kitsch. É o que o envelhecido Gustavo Franco leva
para casa em seu "saco de maldades", seis anos depois.
Entre os alvos do discurso estavam ainda "os grandes economistas gringos sem clientela
no Brasil", entre os quais, supõe-se, Paul Krugman.
Krugman estava domingo à
noite, no telejornal da rede pública americana, PBS, dizendo
que depois de Japão, Coréia,
Brasil etc., a recessão pode
muito bem estar chegando aos
EUA. País onde, supõe-se, ele
tem sua maior "clientela".
Falta muito para o 1º de
Maio, mas o ministro do Trabalho, o malufista Francisco
Dornelles, já vai avisando na
Globo que o reajuste do salário
mínimo será o menor possível;
aliás, que pode muito bem não
ocorrer reajuste nenhum.
E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br
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