São Paulo, segunda-feira, 09 de abril de 2001

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2002
Partido tenta tomar bandeiras do "novo PT" e se mostrar ligado ao social

Propaganda tucana fala de ética

DA REPORTAGEM LOCAL

O PSDB, partido do presidente Fernando Henrique Cardoso, iniciou no sábado uma série de inserções gratuitas na televisão para exibir os programas sociais do governo federal e o compromisso que declara ter com a ética.
O objetivo dos tucanos é disputar espaço com o "novo PT", que abandonou a defesa do socialismo e tem a defesa da ética e da transformação social como principais bandeiras.
A propaganda tucana apresenta os programas Telecomunidade, Saúde da Família, Bolsa-Escola e Alvorada, além da Lei de Responsabilidade Fiscal, como realizações do "governo do PSDB", sem fazer referência explícita ao presidente da República ou ao governo federal. Fala apenas em realizações do "governo do PSDB".
Os projetos são apresentados pelos ministros José Serra (Saúde), Paulo Renato Souza (Educação) e Pimenta da Veiga (Comunicação), além do governador do Ceará, Tasso Jereissati, e do presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves (PSDB-MG).
Tasso, Serra e Paulo Renato são possíveis pré-candidatos à Presidência da República em 2002. Todos falam sobre projetos sociais.
A Bolsa-Escola, apresentada pelo ministro da Educação, é uma das principais bandeiras do PT e foi implantada nas principais cidades administradas pelos petistas. O programa foi adotado pelo governo federal e, agora, os tucanos prometem colocar todas as crianças brasileiras, de 6 a 15 anos, nas escolas até o fim de 2002.
O Projeto Alvorada, que atende os 2.313 municípios mais pobres do país, é apresentado por Jereissati. O mesmo programa já serviu de palanque para Serra.

Ética
A única inserção que não ressalta os programas sociais tenta marcar a imagem do PSDB como sendo "o partido da ética na política brasileira". Apresentada pelo presidente da Câmara, deputado Aécio Neves (PSDB-MG), a propaganda afirma que a Lei de Responsabilidade Fiscal foi "feita pelo governo do PSDB" e que "o povo brasileiro nunca teve um instrumento como esse para colocar os corruptos na cadeia".
Na verdade, ela não serve para punir políticos corruptos, mas aqueles que administram de forma temerária, gastando mais do que o que arrecadam -o que não significa corrupção.
O projeto de lei foi aprovado pela Câmara dos Deputados e obteve votos de diversos partidos.


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