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ORÇAMENTO
Equipe estuda 2 cenários
LDO deve prever de 3% a 4% de crescimento
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo deve elaborar a LDO
(Lei de Diretrizes Orçamentárias)
de 2004 prevendo um crescimento econômico entre 3% e 4% para
o ano que vem. A Folha apurou
que a equipe econômica ainda está analisando a melhor opção entre dois cenários que serão apresentados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro do Planejamento,
Guido Mantega, pretende mostrar alguns números que estarão
na LDO ainda nesta semana. O
anúncio poderá acontecer amanhã, quando o ministro deverá ir
ao Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social falar sobre o
Plano Plurianual 2004/2007.
De acordo com técnicos do governo, em pelo menos um dos cenários será previsto um superávit
primário (receitas maiores que
despesas, exceto pagamento de
juros) igual ao deste ano, de
4,25% do PIB (Produto Interno
Bruto) para o setor público.
Mas a queda do dólar e da inflação, que abrem espaço para uma
redução das taxas de juros -que
subiram duas vezes desde que o
presidente Lula tomou posse-,
está presente no cenário mais otimista. Nesse caso, o governo poderia adotar um superávit menor.
O superávit é necessário para
reduzir a relação entre a dívida
pública e o PIB. Hoje, essa relação
está em torno de 55%, mas o governo já anunciou a intenção de
diminuir o percentual.
Um superávit menor que 4,25%
é defendido pela equipe de Mantega, mas encontra resistência no
Ministério da Fazenda. A equipe
do Planejamento descarta, porém, a hipótese de um superávit
maior que o deste ano. A Folha
divulgou no mês passado que a
Fazenda queria um superávit acima de 4,25%.
Percentual mínimo
O argumento dos técnicos que
defendem um superávit menor é
que a LDO exige apenas um percentual mínimo. Ou seja, se for
necessário, o governo poderia rever a meta durante a elaboração
do Orçamento de 2004.
O projeto da LDO tem que ser
enviado ao Congresso até o próximo dia 15, mas o projeto do Orçamento só sai em agosto.
Geralmente, o governo também
tem modificado o cenário econômico projetado para o ano seguinte no mês de agosto.
Mantega disse à Folha na semana passada que é muito difícil fazer projeções para o ano que vem
quando não existe consenso, por
exemplo, sobre o que vai acontecer com a economia americana.
"Uns falam em recessão e outros,
em crescimento de 2% para este
ano", disse.
Os técnicos que estão trabalhando no anexo de riscos fiscais
da LDO dizem que o texto será
parecido com o de 2002. Esse anexo traz despesas ou falta de receitas que poderão afetar as metas
programadas para o ano seguinte.
São hipóteses baseadas na possibilidade de o governo perder
ações na Justiça, por exemplo.
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