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NO AR
Latitude 33,19, longitude 44,24
NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA
Demorou, algumas
chances foram desperdiçadas, mas as forças americanas
conseguiram ir além do feito de
Cabul, no ano passado. Na
guerra do Afeganistão, o correspondente da Al Jazeera escapou
por minutos de morrer num
bombardeio.
Ontem, um correspondente no
Iraque não escapou. Do site da
Al Jazeera, que voltou ao ar
temporariamente:
- Ele estava no teto se aprontando para a transmissão ao vivo quando o prédio foi atingido
por mísseis. O câmera desceu
sangrando, mas Tariq Ayoub
não apareceu.
Era um dos jornalistas da
emissora em Bagdá, um jordaniano nascido na Palestina. O
bombardeio continuou longamente e só depois o corpo foi resgatado, por repórteres da Al Jazeera e da Abu Dhabi, outro canal árabe. Do site:
- Logo depois, os aviões americanos retornaram para atacar
o prédio da Abu Dhabi, que fica
perto dali.
Um dos outros correspondentes da Al Jazeera em Bagdá desabafou:
- Eu não vou ser objetivo sobre isso... Nós fomos escolhidos
como alvo porque os americanos não querem que o mundo
veja os crimes que eles estão cometendo.
Por segurança, para evitar um
ataque, a localização do escritório da Al Jazeera havia sido enviada por carta em fevereiro a
Victoria Clarke, porta-voz do
Pentágono. Era latitude 33,19,
longitude 44,24.
Reação de Clarke, ontem em
entrevista coletiva:
- Zona de guerra é um lugar
perigoso. Nós avisamos às organizações de mídia. Vocês não
deveriam estar lá.
Só havia três prédios concentrando os jornalistas em Bagdá,
o da Al Jazeera, o da Abu Dhabi
e o hotel Palestine. Os três foram
atingidos ontem.
A Al Jazeera garante que vai
achar outro e continuar com a
cobertura.
O site da Al Jazeera é http://english.aljazeera.net.
Quem sabe árabe pode visitar
o http://www.aljazeera.net. Ou
assistir ao canal saudita ART,
na TV paga, que vem passando
ao vivo quase toda programação da Al Jazeera.
No hotel Palestine morreram
dois jornalistas ocidentais, um
deles espanhol. O governo espanhol, que apóia os Estados Unidos, teria pressionado os militares americanos para saber o que
havia acontecido.
Segundo o site do jornal "El
País", o governo foi informado
de que o hotel havia sido declarado um "objetivo militar" dois
dias antes.
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