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São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2003

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NO AR

Latitude 33,19, longitude 44,24

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

Demorou, algumas chances foram desperdiçadas, mas as forças americanas conseguiram ir além do feito de Cabul, no ano passado. Na guerra do Afeganistão, o correspondente da Al Jazeera escapou por minutos de morrer num bombardeio.
Ontem, um correspondente no Iraque não escapou. Do site da Al Jazeera, que voltou ao ar temporariamente:
- Ele estava no teto se aprontando para a transmissão ao vivo quando o prédio foi atingido por mísseis. O câmera desceu sangrando, mas Tariq Ayoub não apareceu.
Era um dos jornalistas da emissora em Bagdá, um jordaniano nascido na Palestina. O bombardeio continuou longamente e só depois o corpo foi resgatado, por repórteres da Al Jazeera e da Abu Dhabi, outro canal árabe. Do site:
- Logo depois, os aviões americanos retornaram para atacar o prédio da Abu Dhabi, que fica perto dali.
Um dos outros correspondentes da Al Jazeera em Bagdá desabafou:
- Eu não vou ser objetivo sobre isso... Nós fomos escolhidos como alvo porque os americanos não querem que o mundo veja os crimes que eles estão cometendo.
Por segurança, para evitar um ataque, a localização do escritório da Al Jazeera havia sido enviada por carta em fevereiro a Victoria Clarke, porta-voz do Pentágono. Era latitude 33,19, longitude 44,24.
Reação de Clarke, ontem em entrevista coletiva:
- Zona de guerra é um lugar perigoso. Nós avisamos às organizações de mídia. Vocês não deveriam estar lá.
Só havia três prédios concentrando os jornalistas em Bagdá, o da Al Jazeera, o da Abu Dhabi e o hotel Palestine. Os três foram atingidos ontem.
A Al Jazeera garante que vai achar outro e continuar com a cobertura.
 
O site da Al Jazeera é http://english.aljazeera.net.
Quem sabe árabe pode visitar o http://www.aljazeera.net. Ou assistir ao canal saudita ART, na TV paga, que vem passando ao vivo quase toda programação da Al Jazeera.
 
No hotel Palestine morreram dois jornalistas ocidentais, um deles espanhol. O governo espanhol, que apóia os Estados Unidos, teria pressionado os militares americanos para saber o que havia acontecido.
Segundo o site do jornal "El País", o governo foi informado de que o hotel havia sido declarado um "objetivo militar" dois dias antes.


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