São Paulo, sexta-feira, 09 de abril de 2004

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Mais cinco fazendas são invadidas

Beto Figueiroa/JC Imagem
Sem-terra derrubam cerca do engenho Alegria, em Pernambuco, onde levantaram acampamento


DA AGÊNCIA FOLHA

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) confirmou ontem o que havia anunciado um dia antes e invadiu quatro fazendas em Pernambuco. O movimento também entrou em uma área em São Paulo.
Com as ações de ontem, Pernambuco concentra 25 das 52 invasões promovidas pelo MST desde 27 de março, quando o movimento iniciou a onda de invasões. No total, o MST invadiu 57 áreas no país desde 10 de março.
O engenho Brilhante, em Cabo do Santo Agostinho, e os engenhos Conceição, Cassuá e Alegria, em Escada, foram invadidos por 350 famílias cada um.
O MST diz que as terras são improdutivas. O superintendente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Recife, João Farias, afirmou ontem que estava "checando" se as áreas são ou não produtivas, mas disse que o MST fez as ações porque tinha um acampamento com cerca de 1.200 famílias próximo à Escada, "que dava muito trabalho para eles". Por isso, segundo Farias, o MST resolveu dividir o grupo para realizar as invasões.
As ações do MST têm gerado atritos entre o líder do movimento no Estado, Jaime Amorim, e o superintendente João Farias.
Amorim diz que o Incra de Recife "é o pior do Brasil, inoperante", e que Farias "defende o latifúndio quando critica as invasões". Farias afirma que Amorim "gosta muito de bravatas".
Amorim anunciou mais "sete ou oito invasões" no fim de semana e confirmou, para o dia 13, o início de uma caminhada que deve partir de Aliança (94 km de Recife), chegando a Recife no dia 16.
Em Mirandópolis (SP), a fazenda Primavera foi invadida por cerca de 300 integrantes do MST. O movimento considera a área improdutiva. No Paraná haverá manifestação, na segunda, com a expectativa de 5.000 integrantes.

Líder preso
Em Quedas do Iguaçu, no Paraná, o líder Elemar do Nascimento Cezimbra, 42, está preso desde sábado, sob a acusação de roubo de soja da fazenda Araupel. Ele era procurado desde 27 de agosto de 2003, quando teve prisão preventiva decretada.
O MST considera a prisão "política" e diz que Cezimbra é inocente. A advogada do MST na região Andreia Indalencio Rochi disse que espera para terça-feira o julgamento de um habeas corpus em favor de Cezimbra no STJ (Superior Tribunal de Justiça). (VICTOR RAMOS e MARI TORTATO)


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