São Paulo, sexta-feira, 09 de abril de 2004

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MULTIMÍDIA

LA Times - de Los Angeles

"Culpa por polêmica nuclear é de Lula"

EUA - O jornal americano "Los Angeles Times", em editorial publicado ontem, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é culpado pela polêmica envolvendo a inspeção de instalações de enriquecimento de urânio brasileiras por inspetores internacionais. "Se alguém deve ser culpado por levantar suspeitas sobre o programa nuclear do Brasil, esse alguém é Lula. Quando ele concorreu à presidência em 2002, publicamente questionou o tratado de não-proliferação de 1970", afirma o "LA Times".
Em setembro de 2002, o então candidato Lula criticou o tratado durante um encontro com militares no Rio de Janeiro. Após receber fortes críticas de seus adversários na campanha, amenizou o discurso e afirmou ser um "pacifista". À época, o principal concorrente do petista era José Serra (PSDB), que chegou a dizer que Lula apoiava a bomba atômica.
O editorial também responsabiliza o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral (PSB) (que deixou o cargo na reforma ministerial de janeiro). O texto diz que ele fez declarações "provocativas", em 2003, ao dizer que o Brasil não abandonaria a tecnologia para armas nucleares.
A declaração de Amaral, sete dias após a posse de Lula, foi a primeira polêmica do atual governo.
O "Los Angeles Times" também afirma que o presidente Lula usou a polêmica para abafar o caso Waldomiro Diniz: "Lula pode ter sido bem-sucedido, momentaneamente, em distrair a atenção dos brasileiros do grande escândalo de corrupção que envolve um de seus assessores. Mas, quanto mais longe for o governo brasileiro para abrir as portas para os inspetores, mais danos vai produzir em sua imagem".
O editorial ainda menciona a recessão econômica para argumentar que o Brasil não está em condições de disputar com os Estados Unidos. "No momento em que a economia do país apresenta a sua pior performance em uma década (...) a última coisa da qual o Brasil precisa é de uma disputa com as Nações Unidas e com os EUA."


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