São Paulo, domingo, 09 de abril de 2006

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DATAFOLHA/PRESIDÊNCIA


Sem peemedebista, presidente tem mais da metade dos votos válidos e vence no 1º turno

Ex-governador do Rio, que tem 15% das preferências, fica a 5 pontos do 2º colocado

Lula segue líder; Garotinho fica mais perto de Alckmin

FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Ficou mais acirrada a disputa pelo segundo lugar na corrida presidencial de 2006. Nova pesquisa Datafolha revela uma queda de 11 para 5 pontos na diferença entre o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) e Anthony Garotinho (PMDB).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na liderança, com 40% das intenções de voto e sem nenhuma perda em sua avaliação positiva nas últimas três semanas -marcadas por uma nova escalada de escândalos.
Alckmin continua à frente na disputa pelo segundo lugar, mas as intenções de voto no tucano caíram de 23% para 20%. Garotinho subiu de 12% para 15%. À frente dos dois, Lula oscilou negativamente de 42% para 40%.
O levantamento nacional, registrado no TSE com o nº 4196/2006, foi feito na quinta e na sexta-feira entre 3.795 pessoas em 182 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa anterior havia sido realizada entre os dias 16 e 17 de março.

Exposição no rádio e na TV
Nunca Garotinho teve tantas intenções de voto nesta disputa. A subida, porém, coincide com um período de forte exposição do candidato na TV, em uma série de programas políticos do PMDB.
Ao todo, o PMDB e Garotinho tiveram oito dias de inserções nacionais em emissoras abertas de TV e de rádio desde o início de março, seis desses dias dentro do período compreendido entre as duas últimas pesquisas Datafolha.
Em cada dia, o PMDB teve cinco minutos de propaganda distribuídos ao longo da programação. No total, Garotinho e seus partidários tiveram 40 minutos em cada uma das emissoras de rádio e TV abertas do país.
Em algumas das inserções, o candidato atacou os juros altos e louvou programas de sua autoria no Rio, como o Cheque-Cidadão e os restaurantes a R$ 1. Garotinho também teve forte exposição na mídia por causa da prévia eleitoral do PMDB, em 19 de março.
A pesquisa Datafolha anterior captou o mesmo movimento a favor de Alckmin, que chegou a 23% depois de ter sido escolhido candidato do PSDB à Presidência.
Para o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, nos dois casos é preciso considerar a exposição dos candidatos nesses períodos. "Sempre que há algo amplificado pela TV, ocorre um reflexo imediato na opinião pública", afirma Paulino.

Vitória no primeiro turno
Em um eventual segundo turno, Lula bateria tanto Alckmin como Garotinho. No primeiro cenário, venceria por 52% a 37%. Contra Garotinho, por 54% a 32%.
Na disputa direta com Alckmin, o petista venceria por 70% a 20% na região Nordeste, seu principal reduto eleitoral. Entre os mais pobres (renda de até cinco salários mínimos), Lula teria 54%, contra 34% de Alckmin. Entre os mais ricos (renda acima de dez mínimos), perderia por 58% a 31%.
Caso o PMDB desista de ter candidato próprio à Presidência, Lula tem chances de vencer a eleição no primeiro turno, mesmo com a candidata do PSOL, Heloísa Helena, no páreo. Neste cenário, Lula teria 52% dos votos válidos em 1º de outubro; Alckmin, 28%.
Um candidato é declarado vitorioso já no primeiro turno da eleição se obtiver maioria absoluta dos votos válidos (excluídos os brancos e nulos).
Sem Garotinho e Helena na disputa, as chances de Lula aumentam e colocam o presidente com 55% dos votos válidos já no primeiro turno. No Estado de São Paulo e na região metropolitana da capital, o ex-governador paulista tem o dobro das intenções de voto, 41% e 42%, respectivamente, do que na média nacional.


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