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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Presidenciável entrega cerca de cem folders com propaganda do governo fluminense em evento em SP
Garotinho distribui livreto pago pelo Rio
LIEGE ALBUQUERQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
Cerca de cem exemplares de um
livreto de 46 páginas, ilustrado
com fotos e textos com a descrição das ações do ex-governador
do Rio Anthony Garotinho nos
três anos de sua administração,
foi distribuído ontem São Paulo,
em evento na Eurocâmara.
Segundo a legislação eleitoral, o
ex-governador não pode usar material impresso com dinheiro público em campanha.
De acordo com a assessoria do
TSE, mesmo que o livreto não
configure propaganda fora de hora -não há alusão à candidatura
do então governador à Presidência-, não poderia ser usado para
divulgar seus atos no governo depois de sua saída da administração, dia 5 de abril, por ter sido impresso com dinheiro público.
O ato burla o artigo 73, da lei
9.504, de 30 de setembro de 1997,
que diz ser proibido fazer ou permitir uso promocional em favor
do candidato, partido político ou
coligação, de distribuição gratuita
de bens e serviços custeados pelo
poder público.
Caso um partido ou parlamentar entre com recurso contra o
uso por Garotinho por conta disso, o TSE só poderá apreciar a
ação depois do registro oficial das
candidaturas, pós convenções,
que acontecem no próximo mês.
Sendo aceito o recurso, as penas
vão desde o pagamento de multa
de até 5 a 100 mil Ufir até a cassação do registro do candidato.
O livreto, com o logotipo "30
anos em 3", lembrando o "50 anos
em 5" do presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961), foi impresso
pela agência Internad, no Rio, em
dezembro do ano passado.
Feito em papel couchê em quatro cores, o livreto traz textos relatando as obras e ações do governo
de Garotinho. Depois do logo "30
anos em 3", o título é: "As conquistas que fizeram o Estado do
Rio avançar como nunca".
A agência é uma das cinco que
prestam serviços ao governo fluminense, com contrato até setembro do próximo ano.
Segundo o sócio-diretor da
agência, Albano Alves Filho, foram impressos 3.000 exemplares.
"Foi encomendado um folder [livreto" como prestação de contas
do governo", contou.
Alves Filho não soube informar
o valor cobrado pelos 3.000 livretos. Também disse não lembrar
para qual evento era destinada a
distribuição dos exemplares.
Segundo a assessoria do atual
governo do Rio, o material foi impresso para ser distribuído pelo
então governador no início deste
ano, em evento no Teatro Municipal, na capital. Também foi gravado um vídeo.
Foram impressos além dos
3.000 exemplares em português,
outros mil em inglês, francês e espanhol, de acordo com a assessoria. O valor pago foi de R$ 120,4
mil. Ainda segundo a assessoria,
não há nenhum exemplar no arquivo do governo.
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