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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Presidenciável afirma, em Brasília, que denúncias contra Serra são "coisa para delegado de polícia"
PPS contraria Ciro e elege nova Executiva
PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar da resistência do presidenciável Ciro Gomes, o PPS realiza hoje, em Brasília, reunião de
seu Diretório Nacional para a eleição da nova Executiva do partido.
De acordo com pessoas próximas a Ciro, o ex-ministro preferia
que a eleição não fosse realizada
para evitar que ela se transforme
em um novo capítulo na disputa
interna que o pré-candidato vem
travando com o presidente da legenda, senador Roberto Freire.
Embora negue motivações políticas para a proposta de cancelamento do encontro, o líder da sigla na Câmara, João Herrmann
(SP), era um dos defensores da
idéia. "Acho apenas que ela [a
eleição] era inoportuna por causa
da energia [que será] gasta", declarou. "Mas quando ia defender
essa idéia recebi a convocação para a reunião", completou.
No dia 18 de abril, a Frente Trabalhista que dá sustentação à candidatura de Ciro -formada por
PDT, PTB e PPS- cancelou, na
última hora, pré-convenção conjunta que sacramentaria publicamente a coligação. Sem acordo
sobre a escolha do pré-candidato
do grupo ao governo do Rio
Grande do Sul, os partidos realizaram encontros separados.
Depois da crise gerada pelo conflito no Sul, PTB e PDT decidiram
isolar o PPS e lançar juntos candidatos em todo o país. Diante do
racha, Ciro demonstrou preocupação em reunir hoje, novamente, os integrantes de seu partido.
Para não agravar as disputas internas, o ex-ministro teria desistido também da idéia de tentar articular a eleição de integrantes mais
alinhados à sua candidatura para
a Executiva.
Adversários do presidenciável
dentro da sigla argumentam, entretanto, que ele não obteria, ainda que quisesse, placar favorável
na votação. Atualmente, apesar
do pouco poder efetivo de que
dispõe na campanha de Ciro,
Freire controla a máquina partidária do PPS.
Deverão ser eleitos hoje entre 11
e 21 integrantes para a Executiva,
escolhidos entre os 105 membros
do Diretório Nacional da legenda.
A previsão do partido é a de que
não haja disputas internas pelas
vagas. Já estão definidos os nomes
do presidente -o próprio Freire- e do presidente de honra
-Salomão Malina.
Membros do PPS dizem ainda
que Ciro e Herrmann, hoje, respectivamente, primeiro e segundo vice-presidentes da Executiva,
serão reconduzidos aos cargos.
Manifestações contrárias a Ciro
e a Freire não estão descartadas
durante o encontro. Mas o partido já tem o discurso ensaiado caso elas realmente ocorram. Serão
todas classificadas como posições
isoladas dentro da legenda.
Há hoje descontentamento de
setores do PPS em relação às posições adotas por Ciro -como a recente busca de uma aliança com o
PFL- e também quanto à grande
proximidade entre o presidenciável e o PTB. Diante disso, Freire já
ameaçou publicamente não dar
ao pré-candidato a legenda para
que dispute o Planalto. Embora
praticamente ninguém no partido acredite nessa possibilidade,
não estão descartados discursos
com esse teor na eleição de hoje.
Brasília
Sobre as denúncias que estão
atingindo a pré-candidatura de
José Serra (PSDB), Ciro foi direto:
""Poupem-me desse assunto porque isso é coisa para delegado de
polícia", declarou. "Não tenho nenhuma afinidade com a falta de
escrúpulos com que o Serra se
comporta na política."
As afirmações foram feitas no
fórum de discussão da Comissão
de Relações Exteriores e Defesa
Nacional da Câmara.
Colaborou RAQUEL LIMA, da Sucursal
de Brasília
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