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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Emenda terá que passar por outra votação na Casa
Senadores votam em 1º turno contra verticalização
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Senado aprovou ontem, em
primeiro turno, uma proposta de
emenda à Constituição para anular o efeito da resolução do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) que
proíbe a coligação nos Estados
entre partidos adversários na eleição presidencial. O projeto aprovado pelo Senado garante autonomia aos partidos para estabelecerem alianças livremente.
Ao contrário do entendimento
da Justiça Eleitoral, os senadores
consideraram que o "caráter nacional" dos partidos, determinado pela Constituição, não implica
vinculação de alianças.
Para o presidente do TSE, Nelson Jobim, a verticalização não
impede que os partidos usem outros artifícios, como coligações
brancas (apoio informal) nas eleições regionais.
A proposta foi aprovada ontem
por 60 votos favoráveis, 4 contrários e 2 abstenções. Ela precisa ser
analisada em segundo turno no
Senado -provavelmente em até
duas semanas, segundo líderes do
governo. Depois, ainda será apreciada pela Câmara, em comissões
e no plenário.
Para que a proposta tenha efeito
prático nas eleições deste ano, ela
deveria entrar em vigor antes das
convenções partidárias, que serão
realizadas a partir do dia 10 de junho. Até 5 de julho, prazo final
para o registro das candidaturas,
as coligações precisarão ser oficializadas na Justiça Eleitoral.
Para o senador José Agripino
(PFL-RN), a tramitação não será
rápida o suficiente. "Não há tempo para que a proposta seja votada no segundo turno e tramite na
Câmara", disse.
De acordo com o senador Roberto Saturnino (sem partido-RJ), não haverá pressa na Câmara
para examinar a questão. "Na Câmara essa proposta não tem a
mesma unanimidade."
Alguns senadores criticaram a
decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de não julgar a constitucionalidade da verticalização,
em uma ação proposta pelo PC do
B, PT, PL, PSB, PPS e PFL.
O Supremo concluiu, por maioria, que o TSE apenas interpretou
a lei e não formulou uma regra
nova para as eleições.
"Estamos resgatando nossa
competência, que foi usurpada
pelo TSE e que o STF deixou de
corrigir", disse o senador Jefferson Péres (PDT-AM).
O senador José Fogaça (PPS-RS), relator do projeto na Comissão de Constituição e Justiça, afirmou que a verticalização transforma os diretórios regionais dos
partidos em "bestas de carga que
carregam as contradições das cúpulas nacionais". "A coerência de
um partido político não se mede
por uma situação eleitoral."
Se a emenda constitucional da
verticalização for promulgada a
tempo de vigorar nestas eleições,
a sua validade poderá ser contestada no STF (Supremo Tribunal
Federal).
Pela Constituição, as leis que alteram o processo eleitoral devem
ser aprovadas um ano antes para
valer naquela eleição. Os ministros do Supremo terão que decidir se essa norma se aplica também a emendas.
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