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CONGRESSO
Com novo pacote, já são mais de R$ 28 bilhões de dívidas de produtores rurais renegociadas desde o ano passado
Ruralistas conseguem renegociar R$ 4 bi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A bancada ruralista no Congresso conseguiu aprovar ontem
a renegociação de mais R$ 4 bilhões, aproximadamente, em dívidas agrárias. Metade do valor
refere-se aos débitos dos assentados da reforma agrária, dos micro
e pequenos produtores. Os outros
R$ 2 bilhões são de financiamentos obtidos pelos médios e grandes fazendeiros.
Com o pacote, já são entre R$ 28
bilhões e R$ 29 bilhões de dívidas
dos produtores rurais renegociadas desde o ano passado. "Aos
poucos estamos conseguindo encontrar soluções para o endividamento", disse o deputado Luís
Carlos Heinze (PPB-RS), da Comissão de Agricultura da Câmara.
Segundo Heinze, ainda faltam
entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões
para que os ruralistas atinjam o
objetivo de ter R$ 32 bilhões em
dívidas renegociadas.
Metade do que falta para chegar
aos R$ 32 bilhões é de dívidas cujos recursos são oriundos do FAT
(Fundo de Amparo ao Trabalhador) e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
A renegociação dos R$ 4 bilhões
foi conquistada com a aprovação
da medida provisória 24. Heinze
espera que o presidente Fernando
Henrique Cardoso sancione na
semana que vem o texto aprovado no Congresso.
Vantagens
Os agricultores obtiveram grandes vantagens nas condições de
pagamento. As dívidas com os
fundos constitucionais (do Nordeste, Norte e Centro-Oeste) de
até R$ 200 mil contratadas antes
de 31 de dezembro de 94 terão
descontos (rebates) de 35% no valor de cada parcela paga em dia.
Dívidas até esse valor, também
referentes aos fundos constitucionais, mas contratadas nos anos
seguintes, terão abatimentos menores, até chegar ao desconto de
14% para as contratadas em 98.
No caso das dívidas do Procera
(linha voltada para os assentados)
-cerca de R$ 1,1 bilhão renegociado-, as condições anteriores à
renegociação previam juros de
6% ao ano e descontos de 30% sobre as parcelas pagas em dia. Agora, os juros serão de 1% ao ano e o
desconto, de 50%. Também entraram na renegociação dívidas
com o Pronaf (linhas voltadas para assentados, micro e pequenos
agricultores), de aproximadamente R$ 800 milhões.
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