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São Paulo, sexta-feira, 09 de maio de 2003

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PAINEL

Nas entrelinhas
O Planalto pretende aumentar em 20% o salário mínimo em 2004, o que elevaria o valor para R$ 288. O índice, embora não explicitado, está embutido na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), na previsão do governo Lula para o aumento dos gastos da Previdência.

Disputa de paternidade
O valor do mínimo para 2004 foi explicado a deputados do PT na Comissão de Orçamento por técnicos do governo. Os petistas cogitam a possibilidade de apresentar uma emenda para explicitar o aumento. Temem que a oposição se antecipe e fique com os louros da medida.

Corda esticada
Desafiando a orientação do Planalto, correntes de esquerda do PT decidiram apresentar na Câmara emendas individuais às propostas de reformas. Walter Pinheiro (PT) ficou de redigir os textos no fim de semana e de mostrá-los aos colegas na terça.

Beca e canudo
Vicentinho (PT) convidou Lula para ser patrono de sua turma de direito na Uniban de São Bernardo do Campo (SP), que se formará em junho. O deputado disse que conseguirá se formar apesar de João Paulo ter marcado sessões da Câmara às segundas, o que o fez perder oito aulas.

Questão de ideologia
Sérgio Machado (PMDB), indicado para a Transpetro por Lula, ocupou por quatro anos a liderança do PSDB no Senado.

Reivindicação
Lula indicou um negro para o STF, mas não escapou da mira da bancada feminista do Congresso. Em carta ao presidente, 44 deputadas e nove senadoras dizem esperar um compromisso do governo para indicar uma mulher ao tribunal até 2005.

Conquista
Houve festa em União dos Palmares (AL), onde localizava-se o maior quilombo do Brasil, após a indicação de Joaquim Benedito Barbosa Gomes para o STF.

O radical
Antes da votação que enterrou o caso dos grampos no Senado, Renan Calheiros (AL) procurou José Dirceu (Casa Civil) e perguntou se o Planalto preferia que ele não participasse da operação para salvar ACM. O ministro disse ao líder do PMDB que não havia problema algum.

Portas fechadas
Preocupados com a tramitação das reformas no Congresso, líderes da base governista no Senado pediram uma audiência com Lula. Vão reclamar do que chamam de "insensibilidade" dos ministros. Dizem que é mais fácil falar com o presidente do que ser recebido por um deles.

Fila de espera
O exemplo da "insensibilidade ministerial", dizem senadores, foi o tratamento dado por Olívio Dutra (Cidades) a Serys Slhessarenko (MT). A petista só foi recebida pelo ministro após subir à tribuna e contar que fora avisada de que ele atenderia a seu pedido de audiência só em julho.

Pires na mão
Só 23% das mais de 5.600 prefeituras entregaram o relatório semestral de gestão orçamentária exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal à Fazenda. O prazo terminou no dia 19. A União poderá suspender R$ 3 bi em repasses aos municípios.

Perdão
Hélio Costa (PMDB) pediu a Antonio Palocci Filho (Fazenda) que evite a suspensão dos repasses aos municípios. O senador alega que faltam recursos materiais e pessoal para a maioria das prefeituras cumprir a lei.

Visitas à Folha
José Sarney (PMDB-AP), presidente do Congresso Nacional, visitou ontem a Folha.
 
Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de João Mellão Neto, secretário de Estado da Comunicação.

TIROTEIO

Do deputado Doutor Rosinha (PT-PR), sobre a aprovação de emenda na Câmara que inclui no Refis empresas acusadas de apropriação indébita:
- Maus empresários e sonegadores estouraram champanha para comemorar a decisão. Só os bons foram prejudicados.

CONTRAPONTO

Papo diplomático

Ao tomar posse como ministro do Tribunal Superior do Trabalho, no fim de 1989, Francisco Fausto mudou-se para Brasília com a mulher, os dois filhos e a cozinheira da família, Neide. Como não houve tempo para procurar uma casa, eles ficaram alguns meses num hotel.
Em março de 1990, vários políticos latino-americanos estiveram na cidade para a posse de Collor. Entre eles, o ex-presidente argentino Raúl Alfonsín.
No dia da cerimônia, Fausto desceu ao lobby do hotel e viu Neide conversando animadamente com Alfonsín. O ex-presidente, lembra-se o ministro, a confundiu com uma diplomata e, com forte sotaque, perguntou:
- És da embaixada?
Neide replicou:
- Não, não sou da Baixada (um bairro de Natal). Quem é da Baixada é Dourinha (a outra empregada da família). Eu sou do Morro, lá de Natal.


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