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OPOSIÇÃO
Decisão, que dividiu partido, ocorreu após reunião no gabinete de Arthur Virgílio
PSDB recua e reintegra dissidentes
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PSDB recuou e decidiu reintegrar os deputados que havia
desligado das comissões técnicas da Câmara quando eles anunciaram a intenção de apoiar as propostas de reforma da Previdência e tributária do governo.
A trégua entre a cúpula tucana e os dissidentes foi estabelecida após tensa reunião no gabinete do líder do Senado, Arthur Virgílio
(AM), ontem à tarde.
A decisão dividiu os tucanos.
Uma ala, formada entre outros
por Virgílio, o líder na Câmara,
Jutahy Magalhães (BA), e com o
aval de governadores como Geraldo Alckmin (SP), defendia a
expulsão imediata dos deputados.
O presidente do PSDB, José Aníbal, assumiu uma posição mais
contemporizadora.
Na reunião, os deputados tucanos queixaram-se de Jutahy. Alegaram que o líder estava encaminhando as votações sem antes ouvir a bancada.
Zimbaldi e Pereira votaram
sempre contra a orientação do líder, neste ano. Por isso foram punidos por Jutahy. O grupo dissidente que pretende apoiar as propostas do governo é constituído
por 12 deputados.
Virgílio cobrou as relações do
grupo com o ministro José Dirceu
(Casa Civil). Na visão do PSDB, o
partido estaria sendo vítima de
um "balcão" montado no Planalto para cooptar deputados. Zimbaldi alegou que telefonara para Dirceu para pedir uma audiência
com Humberto Costa (Saúde). Os deputados queriam tratar de cargos e verbas com o ministro.
Zimbaldi também disse que não tinha responsabilidade na indicação de um diretor de Furnas, José Roberto Khoury.
À saída da reunião, Aníbal afirmou que os deputados - outros
sete congressistas estiveram presentes - comprometeram-se a
votar de acordo com a orientação
do partido, a partir de agora. Zimbaldi disse que o compromisso
assumido é o de seguir as decisões
que forem tomadas pela bancada,
após discussão.
Com o partido dividido, os tucanos decidiram acomodar temporariamente o grupo dos 12, apelidados de "apóstolos". Além
disso, radicalizar agora poderia
levar a defecções no partido, num
momento em que o Planalto tenta
ampliar sua base de apoio político
por meio de filiações a partidos
aliados como o PTB e o PL.
A expectativa na cúpula do
PSDB é a de que o grupo continuará sendo assediado pelo Planalto. E pelo menos um deles, Zimbaldi, pode trocar logo os tucanos pelo PTB.
Os governadores do PSDB, que
apoiaram as propostas de reforma do Planalto, também têm procurado se dissociar do movimento dos "apóstolos", embora eles
tenham dito que seguem a orientação dos chefes de Executivo estadual. Consideram a dissidência "oportunista" e "fisiológica".
O governador de Minas Gerais,
Aécio Neves, por exemplo, pretende se reunir com a bancada
mineira na próxima semana, mas
já avisou: o encontro nada tem a
ver com as demandas do grupo.
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