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PRESIDENTE 40/ ELEIÇÕES 2010
Maluf trabalha pela adesão do PP a tucano
Deputado já intermediou encontro de Angela Amin com dirigente do PSDB e tenta convencer Dornelles a ser vice de Serra
No PSDB, porém, há quem
tema desgaste do partido
com a aproximação com o
ex-governador Maluf, já que
Serra prega ética na política
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Amargando índices de rejeição que beiraram 60% nas eleições municipais de 2008, o ex-governador e deputado federal
Paulo Maluf é um entusiasta do
apoio do PP à candidatura de
José Serra (PSDB). Amigo do
senador Francisco Dornelles
(RJ), Maluf é um dos principais
articuladores do acordo dentro
da bancada do PP na Câmara.
Foi Maluf quem intermediou
uma reunião entre a deputada
Angela Amin (PP-SC) e o presidente do PSDB, Sérgio Guerra
(PE), na quarta-feira. A abordagem foi feita na véspera, no plenário da Câmara. Maluf perguntou se Angela teria restrições a falar com Guerra.
Pré-candidata do PP ao governo de Santa Catarina, Angela disse que não via problemas
no encontro, lembrando que
ela e Guerra foram deputados
na mesma legislatura. No dia
seguinte, Maluf também estava
na reunião. Para facilitar uma
aliança, o PSDB negocia acordos com o PP em vários Estados. Santa Catarina é um deles.
"Estávamos reunidos e o Maluf chegou. Participou de parte
da conversa. Fui embora e ele
permaneceu, provavelmente
para falar de São Paulo. Ele está
bastante empolgado com a
aliança", conta Angela Amin.
Guerra confirma: "Foi Maluf
que levou Angela Amin a meu
gabinete". Mas nega que a
aliança em São Paulo esteja na
pauta de negociações: "Ele trabalha pela aliança dentro da
bancada. Mas não discutimos a
situação em São Paulo".
Embora o PP discuta o nome
de Celso Russomano ao governo do Estado, deputados do
partido não negam o interesse
por uma aliança com o PSDB de
São Paulo já no primeiro turno.
Com a movimentação, Maluf
quer recuperar sua atuação no
partido. Segundo colegas de
bancada, seu entusiasmo é tanto que foi até aconselhado a se
conter: uma defesa muito apaixonada pode inviabilizar a estratégia do PP. Neste mês o PP
deverá liberar seus diretórios.
Mas a ideia do partido é só
definir seu destino em junho,
quando estiver encerrado o
prazo para celebração de convênios com o governo federal.
Até lá, o quadro estará mais
nítido. Além de temer retaliação do governo, o PP espera
ainda a decisão do ex-governador Aécio Neves. Dornelles poderá ser vice de Serra, caso Aécio opte pela disputa ao Senado.
Embora Aécio ainda seja
apontado como primeira opção, no PSDB cresce o número
de adeptos de Dornelles. Em
Santa Maria (RS), Serra sussurrou um "eu quero", quando o
presidente municipal do PP sugeriu Dornelles para sua vice.
Dornelles não só levaria o
tempo do PP para Serra, mas o
tiraria de sua adversária Dilma
Rousseff. "Nesse caso, o tempo
do PP conta em dobro", diz o
deputado Ciro Nogueira.
Procurado pela Folha, Maluf
informou, por intermédio de
sua assessoria, que não iria se
manifestar. No PSDB, há quem
tema desgaste na candidatura à
Presidência, já que Serra investe no discurso da ética. O deputado paulista aparece como
"procurado" no site da Interpol
por ter sido condenado pela
Justiça norte-americana. Em
2005, Maluf chegou a ficar preso por 40 dias em São Paulo.
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